Sánchez consolida domínio do PSOE e repete estratégia de alianças à esquerda

Secretário-geral dos socialistas espanhóis repete que objectivo é conseguir uma alternativa ao Executivo conservador de Mariano Rajoy.

Pedro Sánchez repetiu promessa de tentar criar uma alternativa de esquerda do governo de Rajoy
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Pedro Sánchez repetiu promessa de tentar criar uma alternativa de esquerda do governo de Rajoy JAVIER BARBANCHO/Reuters
No encerramento do Congresso não se ouviram vozes críticas e o ambiente foi de unidade
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No encerramento do Congresso não se ouviram vozes críticas e o ambiente foi de unidade JAVIER BARBANCHO/Reuters

O reeleito secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Pedro Sánchez, conseguiu afastar os seus críticos dos organismos directivos do partido, que estão agora todos nas mãos de pessoas da sua confiança.

Na manhã deste domingo, no congresso do partido, Sánchez viu aprovada a comissão executiva do PSOE sem qualquer dirigente que tenha apoiado a sua rival, Susana Díaz – estes constituíam uma clara maioria na comissão anterior. A diferença dos dois candidatos não era apenas pessoal, mas de visão para o partido: Sanchez quer confronto com o actual governo, tentando alianças à esquerda para o substituir; Díaz defende uma aproximação ao centro.

A unidade do partido foi sublinhada quando todos decidiram ficar calados no congresso, dando espaço ao novo líder, depois da tensão permanente dos últimos meses.

E no encontro, com cerca de oito mil militantes, Sánchez repetiu o seu objectivo de derrubar o actual chefe de Governo, Mariano Rajoy (PP, direita), prometendo trabalhar “sem descanso” para conseguir “uma maioria parlamentar alternativa que acabe com esta época negra do Governo da direita”, cita o diário espanhol El País.

Esta é, sublinha o jornal espanhol, uma tarefa difícil devido ao receio mútuo entre as duas forças que Sánchez tenta juntar a si, Unidos Podemos e Ciudadanos. Os líderes destes partidos, Pablo Iglesias e Albert Rivera, já rejeitaram um apelo feito por Sánchez num artigo de opinião no diário El Mundo em que este os desafiava a “apoiar o único partido que pode garantir a mudança”.

Sánchez tomou oficialmente posse como secretário-geral do partido depois de ter sido reeleito nas primárias de Maio, quando conseguiu ser reeleito, e com mais poder do que o que tinha quando se demitiu em Outubro, quando uma maioria de dirigentes nacionais do PSOE rejeitaram a sua estratégia de rejeição de um governo do PP.

Executivo de Rajoy acabou por ser aprovado no Parlamento ainda em Outubro com a abstenção dos socialistas.

Agora, Sánchez pôs em marcha aquilo a que chama “espaço de coordenação parlamentar” das forças progressistas para procurar a reversão no Parlamento de medidas do PP e ainda começar a forjar uma possível alternativa ao Executivo conservador. 

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