“Geração Hollande” apagada do mapa

Políticos jovens trazidos para a ribalta pelo ex-Presidente socialista enfrentaram candidatos fortes da República em Marcha e ficam de fora do próximo Parlamento.

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Macron foi ministro de Valls (que não foi eleito deputado) ETIENNE LAURENT/EPA

A "geração Hollande" é uma das grandes derrotadas das eleições legislativas francesas. Os políticos mais jovens que o ex-Presidente trouxe para o Governo, ou foram eliminados logo na primeira volta (como Matthias Fekl, cujo último cargo foi de ministro do Interior) ou estão em posição desfavorável na segunda volta de hoje e não serão deputados, como Najat Vallaud-Belkacem (era ministra da Educação).

Quando Emmanuel Macron, o herdeiro espiritual de Hollande, se instalou no Eliseu, aqueles que julgavam ser os seus herdeiros políticos, num antecipado segundo mandato, foram irradiados da vida política. Agora, acusam o seu ex-colega de Governo (Macron foi ministro de Hollande) de ter escolhido candidatos para os enfrentar que tornavam quase impossível a sua eleição, devido ao contexto de euforia macronista, "Foi feita uma escolha muito política: poupar a geração socialista mais velha e muito holandista, como Stéphane Le Foll e Marisol Touraine [ex-ministros da Agricultura e da Saúde, respectivamente]", acusa na revista Marianne a ex-ministra da Ecologia socialista Delphine Batho, também ela em dificuldade para ser eleita.

A República em Marcha, de facto, não apresentou candidatos em vários círculos eleitorais, face a candidatos socialistas, como Le Foll e Touraine, ou Manuel Valls. Mas isso não aconteceu com os socialistas mais jovens, que, enfrentaram candidatos fortes.

O caso mais gritante é o de Najat Vallaud-Belkacem, a mais conhecida desta "geração Hollande", que enfrenta Bruno Bonnell, empresário de tecnologias de informação e que deu o rosto à versão francesa do programa de televisão The Aprentice, em 2015. Na primeira volta, Vallaud-Belkacem teve apenas 16,54%, e as suas hipóteses de derrotar Bonnell são remotas.

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