PS aprova primárias a partir de 2018, com compromisso de Costa, diz Daniel Adrião

Socialista anunciou que Comissão Nacional aprovou a proposta do movimento Resgatar a Democracia por "esmagadora maioria".

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Daniel Adrião dá a cara pelo movimento Resgatar a Democracia LUSA/RUI FARINHA

O socialista Daniel Adrião anunciou este sábado que a sua proposta de revisão estatutária, que impõe primárias para as candidaturas a secretário-geral, quer para candidatos a titulares de cargos políticos, foi aprovada pela Comissão Nacional do PS, com o compromisso do secretário-geral, António Costa, de que serão instituídas a partir 2018.

A instituição definitiva de primárias abertas a simpatizantes para a escolha do secretário-geral e dos candidatos a deputados, eurodeputados e autarcas dependerá da aprovação pelo Congresso de 2018, e a eleição do líder do PS, que o antecede, deverá ainda ser, portanto, segundo as regras actuais.

"Haverá primárias no PS", declarou Daniel Adrião aos jornalistas, no final da reunião da Comissão Nacional do PS, que decorreu num hotel de Lisboa.

"Temos o compromisso do secretário-geral de que isso será feito no Congresso de 2018 e, a partir daí, quer os candidatos a deputados, quer os candidatos a presidentes de câmara, quer o candidato a secretário-geral será escolhido através do método de primárias abertas", acrescentou.

"Hoje, na Comissão Nacional do PS, fez-se história e construiu-se o futuro", escreveu no Facebook Daniel Adrião, onde anuncia a aprovação "por esmagadora maioria" da proposta do movimento Resgatar a Democracia.  

Mas no final da reunião, aos jornalistas presentes, explicou que, no ponto dedicado à sua proposta de revisão estatutária, houve "um apelo do próprio secretário-geral do PS, António Costa, para que a proposta não fosse votada de forma vinculativa neste momento", ou seja, com efeitos imediatos, mas que fosse incluída "como uma recomendação vinculativa" na proposta de estatutos que está em preparação no referido grupo de trabalho.

"Portanto, nós vamos ter primárias no PS", reafirmou. Já António Costa não quis prestar declarações aos jornalistas no final da reunião da Comissão Nacional do PS.

Em 2014, após as eleições europeias, António Costa desafiou o então líder do PS, António José Seguro, e este optou por uma fórmula única para esse duelo: convocou eleições primárias extra-estatutárias para candidato a primeiro-ministro, dizendo que se perdesse se demitia de secretário-geral e convocava um congresso extraordinário. Foi o que aconteceu. As primárias nunca tinham antes sido realizadas num partido político em Portugal e nunca foram incorporadas nos estatutos do PS.

 

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