Yanis, o bully parvo

Varoufakis deve ser o pior negociador da história da União Europeia: não conseguiu obter um único pormenor das coisas que queria.

Yanis Varoufakis é um chato profissional. Vive de chatear. Chateia aos gritos: só pede que o ouçam. Se viramos as costas grita ainda mais alto. Não interessa a esquina: grita sempre a mesma ladainha, contando a história de um valente motoqueiro (chamado Yanis) que só não salvou o piqueno país (chamado Grécia) porque um mau (chamado Schäuble) dum país grande (chamado Alemanha) não deixou.

Como conta bem Paulo Pena no PÚBLICO, Yanis até tinha conseguido convencer uma jovem teutónica (chamada Merkel) que por lá passou. Mas, graças à traição dos dois escravos ibéricos da Alemanha (chamados Portugal e Espanha), o papão Schäuble prevaleceu e o brilhante acordo que Yanis tinha desenhado com esferográfica num guardanapo bruxellois para salvar a civilização (chamada ocidental) do capitalismo liberal (chamado late) foi atirado para uma sanita colectiva e assinalado com dois tensos puxões do autoclismo.

Yanis deve ser o pior negociador da história da União Europeia: não conseguiu obter um único pormenor das coisas que queria. Lembro-me bem da figura ridícula que fez, ora tentando seduzir, ora tentando “bullyar”, tratando os colegas como se fossem fãs e acólitos ou, caso caíssem nas más graças do espalhafatoso fanfarrão, como carrascos e criminosos.

Cheio de birras, fintas e ultimatos, Yanis parece um personagem menor de uma ópera-bufa sem pinga de graça, que não se cala. Teve um só sucesso: em 2015 convenceu a Paris Match a ir fotografá-lo a casa a fingir que estava a ler. É obra.

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