No divã do Facebook

Começam a surgir os primeiros robôs psicólogos no Facebook. Para já, têm funções limitadas, mas um estudo indica resultados promissores.

Foto
Woebot.io

Temos lido várias notícias a apontar os supostos perigos das redes sociais para a saúde mental, com um inquérito recente no Reino Unido a eleger o Instagram – e o seu eterno feed de imagens que mostram como a vida dos outros é sempre melhor  do que a nossa – como a plataforma mais nociva para utilizadores jovens. Mas há quem esteja a trabalhar em sentido inverso. Na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, nasceu um dos primeiros psicólogos virtuais que dão consultas através da plataforma de chat do Facebook.

O Woebot foi lançado comercialmente esta semana, a mesma em que é publicado um estudo da autoria de um grupo de investigadores daquela universidade (incluindo, ressalve-se, a psicóloga Alison Darcy, agora CEO da empresa por detrás do robô). A pesquisa sugere que os utilizadores deste software revelam melhorias dos sintomas de depressão após duas semanas de uso, comparados com outros voluntários a quem foi recomendada a leitura de um livro sobre aquele distúrbio. O estudo foi revisto por pares e publicado no Journal of Medical Internet Research, Mental Health.

Apesar dos resultados positivos, o Woebot ainda tem um alcance limitado. Na sua versão actual, dirige-se sobretudo a jovens adultos com sintomas de depressão e ansiedade. E se o robô bate os seus colegas humanos ao estar disponível 24 horas por dia e sete dias por semana, não se espere que as consultas funcionem da mesma forma. Adoptando princípios de terapia cognitivo-comportamental, o Woebot vai disparando frases pré-redigidas, bem como vídeos, à medida que analisa o discurso dos pacientes. Não há, portanto, viagens até à infância ou conselhos que possam mudar uma vida. Mas o pouco que faz, aparentemente funciona.

Devendo ser encarado sobretudo como um primeiro passo na busca de ajuda profissional, o Woebot está disponível em língua inglesa mediante três planos de pagamento, que vão de 6 dólares semanais (5,3 euros, na assinatura anual) até aos 12 dólares (10,7 euros) por um programa de sete dias.

Tecnologia é uma rubrica do P2, caderno de domingo do PÚBLICO

Sugerir correcção
Ler 1 comentários