Basebol para cegos

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Yubis Zapata perdeu a visão quando foi atingido por estilhaços de uma explosão que decorreu enquanto servia no exército cubano. "Os primeiros anos foram difíceis", disse à Reuters. Hoje é novamente capaz de praticar o seu desporto favorito, o basebol. "Quando se tem este tipo de oportunidade, é fabuloso. O mundo não acabou, continua." Esta versão do desporto foi desenvolvida em Itália, durante os anos 90, mas só recentemente tem ganho popularidade entre os invisuais da ilha caribenha. O aumento do número de praticantes faz almejar novos vôos: o sonho de Zapata e dos seus colegas de equipa é que a modalidade seja incluida nos Jogos Paralímpicos de 2020, a decorrer em Tóquio, para que possam conquistar o título. Estão seguros de conseguir fazê-lo. "Defrontámos os italianos recentemente e ganhámos três jogos", disse um dos jogadores à Reuters. "Cuba poderá ser o líder, não só nesta região, mas em todo o mundo. O basebol corre nas veias cubanas." Mas como se joga o basebol para cegos? A bola tem campaínhas no interior, para que os jogadores consigam ouvir onde aterra e disputá-la. Em pontos estratégicos do campo, elementos de apoio batem palmas para auxiliar à orientação dos jogadores. A plataforma da primeira base faz soar um sinal quando pisada; junto à segunda e terceira bases, jogadores fazem soar batentes. Não existe um atirador; o batedor atira a bola ao ar e bate-a directamente. "Este é um jogo diferente do basebol convencional, tens que estar mais concentrado", disse o fisioterapeuta Carlos Fuentes, também ele invisual há dois anos. "Este desporto, de certa forma, ajudou-me a desenvolver a minha capacidade de orientação." Os jogadores confirmam: todos sentem ser mais capazes de se orientar com base no som. O basebol para cegos já é praticado em cinco províncias cubanas. Não há limites de idade ou género e até pessoas com visão podem jogar — desde que usem uma venda.