O menino de Alepo continua no mesmo lugar

Quase um ano depois da imagem se tornar o símbolo de guerra da Síria, há novas fotografias de Orman. A criança continua a viver em Alepo.

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Orman, em Agosto de 2016, momentos depois do bombardeamento que destruíu a casa da família e matou um dos irmãos Reuters/REUTERS TV

Em Agosto de 2016, a imagem de um menino de cinco anos, coberto de sangue, sentado numa ambulância e com um olhar vazio e sem expressão correram o mundo. Durante semanas, a fotografia e o seu pequeno protagonista tornaram-se num símbolo da guerra da Síria. Agora, quase um ano depois, voltam a surgir registos de Orman Daqneesh.

As imagens surgem no contexto de uma entrevista televisiva e foram partilhas na conta pessoal de uma jornalista pró-regime sírio, esta segunda-feira. As fotografias e um vídeo com menos de três minutos mostram Orman ao colo do pai, acompanhado pelos seus dois irmãos.

Orman tinha tinha três irmãos. Um deles, Ali Daqneesh, de dez anos, morreu três dias depois do bombardeamento que atingiu a casa da sua família.

Sem sangue ou marcas a cobrirem o rosto, Orman surge agora ao colo do pai, que relata os meses que se seguiram ao bombardeamento e à divulgação da fotografia do filho. Conta o pai de Orman que recusou ofertas para sair de Alepo, a norte do país e um dos principais e mais violentos palcos da guerra da Síria, afirmando que a saída corria o risco de ser instrumentalizada contra o regime de Bashar al-Assad. Em vez disso, chegou mesmo a mudar de penteado ao filho, para desviar as atenções da imprensa e das ameaças de rapto. A entrevista agora divulgada, refira-se, foi concedida a um órgão de informação conotado com Damasco.

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