Piso superior no Parque Verde, em Coimbra, custa 836 mil euros

Autarquia vai construir mais um andar nos estabelecimentos comerciais destruídos pelas cheias do Mondego.

Foto
Diogo Baptista

Mais de um ano depois de as cheias terem destruído os estabelecimentos comerciais do Parque Verde, em Coimbra, o edifício na margem direita do rio Mondego vai ganhar um novo andar. O objectivo é e permitir que os estabelecimentos continuem a funcionar, ainda que parcialmente, quando o nível das águas sobe.

O projecto de execução, aprovado por unanimidade na reunião de executivo camarário desta segunda-feira, prevê a construção de quatro módulos na cobertura do edifício existente e está avaliado em 836 mil euros (IVA incluído). O projecto da autoria do atelier do arquitecto Camilo Cortesão prevê que junto dos novos módulos sejam também instaladas esplanadas.

Os espaços comerciais serão divididos. Desde a inauguração até ao encerramento em 2016, o restaurante, os dois bares e a gelataria do Parque Verde tiveram a configuração de 3+1, mas quando reabrir vai funcionar com o modelo de 4+1. O modelo de exploração também será diferente. Há quatro espaços concessionáveis: o espaço de menor dimensão, onde funcionava a gelataria, será levado a concurso com o estabelecimento adjacente.

O passo seguinte passa pelo lançamento do concurso público para adjudicação da empreitada, pelo que ainda não há data de conclusão prevista.

O vereador da CDU, Francisco Queirós, fez notar que as cheias invadiram o Parque Verde no Inverno de 2016 e que já no Verão passado os estabelecimentos não estiveram abertos. “Estamos no Verão e não temos Parque Verde para ninguém”. O autarca referiu ainda a necessidade de clarificar no futuro as causas dos problemas daqueles espaços. A história de “quem abriu a torneira, quem aprovou a construção em leito de cheia tem que se fazer, a bem da cidade”.

João Paulo Barbosa de Melo, do PSD, lamentou igualmente que “tenha demorado tanto tempo”. O vereador social-democrata apontou para a piscina da margem esquerda como um exemplo de estabelecimento que, estando “a uma cota ligeiramente superior”, adoptou outra solução e não construiu um novo piso. “Será que é mesmo preciso avançar para uma solução mais cara?”, questionou, pondo a hipótese de se optar por uma “solução mais económica e mais rápida”.

O presidente da CMC, Manuel Machado, referiu que “o risco alagamento numa margem e na outra não são iguais”, lembrando que o projecto foi contratado ao mesmo arquitecto que desenhou o edifício de origem, no âmbito do Programa Pólis. Manuel Machado considera que está é “uma solução arquitectónica adequado e estética para evitar a repetição da asneira”.

Uma nota da Câmara Municipal de Coimbra refere que, em caso de “inundações no rés-do-chão, os concessionários poderão continuar a sua atividade no primeiro andar”. Os empresários que ficarem com a exploração dos espaços “também beneficiarão de mais espaço, uma vez que passam a funcionar num «duplex»”. Juntamente com o novo piso, que terá uma “nova área envidraçada”, a autarquia aprovou a construção de escadas de ligação, com “novo acesso do público ao piso térreo”.

As cozinhas de serviço vão passar para o andar de cima (com a instalação de um monta-cargas de apoio), onde também serão construídas novas instalações sanitárias. O rés-do-chão manterá uma copa de apoio, arrecadação e compartimentos para o lixo e as casas de banho públicas existentes vão ser recuperadas. Também no piso térreo, os pavimentos vão ser requalificados. 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários