Jesus escolheu os da “periferia”

A partir dos evangelhos, o psicólogo Augusto Cury andou décadas a estudar a mente de Jesus.

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Miguel Manso

Este é o primeiro livro de uma trilogia. Depois de O Homem mais inteligente da História, o autor brasileiro já está a escrever sobre O homem mais feliz da História. E “provavelmente o terceiro será O Homem mais resiliente da História”, revela ao PÚBLICO. Cury era ateu, mas depois da pesquisa para escrever estes livros tornou-se um "cristão sem fronteiras".

A personagem principal é Marco Polo, um psicólogo e investigador, tal como Augusto Cury. É o seu alter-ego?
Augusto Cury: (riso) Sim, é meu alter-ego. Marco Polo é protagonista de vários livros. Estou muito feliz porque tornou-se no livro de ficção mais vendido no Brasil. 

Isso aconteceu porque os leitores conhecem muito bem o autor?
Sim, mas são os romances norte-americanos que estão sempre no topo. Neste caso, talvez seja a primeira vez que a mente de Jesus é estudada pela ciência. Ele escolheu uma estirpe de jovens que só lhe davam dores de cabeça: Pedro era hiperactivo, tenso, ansioso; João tinha uma necessidade neurótica de poder; Tomé era paranóico; Mateus tinha fama de corrupto e o melhor de todos era Judas Iscariotes.

Essa sua conclusão não é um escândalo?
É um escândalo. Mas Judas era o mais ousado, o mais sereno, com mais vocação social, só que não era transparente. Se houvesse uma equipa de psicólogos a ajudar Jesus a seleccionar o perfil psicológico dos seus discípulos, nenhum seria escolhido.

Então por que foram escolhidos?
Porque não interessa a matéria-prima, mas o potencial que todos têm para reescrever a sua história. Jesus escolheu os jovens que estavam na periferia e colocou-os no centro da História. Essa é uma lição muito grande para o sistema académico.

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