Direita desafia Governo a acelerar o ritmo

PSD satisfeito com crescimento pede que se mantenha ou acelere ritmo. Cristas defende que Centeno “tem muito trabalho” no país e o “resto são especulações".

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Duarte Pacheco, à direita, com António Leitão Amaro, ambos deputados do PSD LUSA/MÁRIO CRUZ

O PSD disse hoje que está satisfeito com a confirmação do crescimento assente no investimento e nas exportações, como os sociais-democratas defendiam, e desafia o Governo a manter ou acelerar o ritmo. Duarte Pacheco, deputado, considerou que a confirmação de um crescimento de 2,8% no primeiro trimestre indicia duas coisas. "Que a retoma que foi iniciada em 2014 se confirma e a bom ritmo, e que isso acontece com base no investimento e nas exportações que são as verdadeiras molas do desenvolvimento económico, aquilo que sempre defendemos", disse.

O deputado social-democrata afirmou que o partido fica satisfeito com os valores alcançados, exigindo agora que estes se mantenham ou melhores.

"Chegados aqui só podemos exigir que este ritmo de crescimento se mantenha e possa ainda melhorar para que o país recupere face à União Europeia e para que o desemprego possa cair de forma consistente", disse, em Albufeira.

Duarte Pacheco apontou que seria desejável que o país crescesse a um ritmo de 3%, salientando que "qualquer inversão" significaria que o país estava a andar para trás. "Portugal não pode recuar", enfatizou.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje que a economia portuguesa cresceu 2,8% em termos homólogos e 1% em cadeia no primeiro trimestre deste ano, mantendo os números divulgados na estimativa rápida.

Desta forma, o INE confirmou que o desempenho homólogo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre foi o mais positivo dos últimos 10 anos, já que iguala o crescimento verificado no último trimestre de 2007, período em que a economia portuguesa cresceu também 2,8%.

O muito trabalho de Centeno

Pelo CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu que o ministro das Finanças "tem muito trabalho" no país, nomeadamente "o problema das cativações", e "o resto são especulações" sobre a presidência do Eurogrupo.

"Penso que o senhor ministro das Finanças tem muito trabalho para que se focar no país. Eu gostava que ele se focasse nos problemas das cativações, que tem sido uma das razões pelas quais muitos serviços públicos se têm degradado, desde a saúde à educação, a segurança e os transportes", afirmou à agência Lusa Assunção Cristas, durante uma visita a uma escola de Lisboa enquanto candidata à Câmara da capital, nas autárquicas de 01 de outubro.

Para a líder centrista, "o ministro das Finanças tem muito que fazer, tudo o resto são especulações".

"Uma boa gestão orçamental passa por orçamentos realistas, que são cumpridos com transparência. O que vemos em Portugal neste momento é um orçamento dependente de cativações, que, entre o que está previsto no início e o corte de despesa no final, está em números exorbitantes", defendeu, recusando uma gestão baseada em cativações.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou na terça-feira que uma eventual presidência do Eurogrupo pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, não o retira do seu ministério, porque as regras obrigam a que seja um governante o presidente da entidade.

O chefe do Governo português foi questionado sobre uma eventual candidatura portuguesa à liderança das reuniões de ministros da zona euro, e lembrou que "o ministro Centeno já disse que se a questão se puser está disponível".

O chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, foi também questionado sobre um eventual apoio de Madrid a uma candidatura portuguesa, e respondeu: "Sempre preferimos os amigos aos desconhecidos".

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