César diz que Passos não vai a tempo de mudar: "Chega tarde."

O líder parlamentar do PS apontou baterias ao discurso da direita, mas sobretudo de Passos Coelho. César acredita que é possível replicar sucessos do Governo por outros países da Europa.

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Paulo Pimenta

Os resultados da economia dão-lhe o mote para carregar no discurso anti-políticas de direita. Disse Carlos César esta sexta-feira que "a direita tem muita graça" porque se quer aproveitar dos resultados económicos do Governo actual e que Passos Coelho, que "colocou todas as fichas no insucesso" do executivo já vai tarde na mudança de discurso.

“A direita tem imensa graça: como temos bons resultados, anda a dizer que o crescimento da economia este ano é por causa do governo anterior, mas já vai prevenindo que é só um trimestre e que se noutro assim não acontecer já é culpa do Governo actual”, disse Carlos César no discurso de abertura deste segundo dia de jornadas parlamentares em Bragança. Ora essa direita, disse o líder parlamentar do PS, é a "mesma direita que agora reclama ser parte dos sucessos do rumo que esconjurou, das mudanças que combateu e das políticas que condenou”.

Daqui partiu para o caso isolado do líder do maior partido da oposição, Passos Coelho. Lembrou César que Passos dizia que o diabo estaria para chegar e que agora é aconselhado a mudar o rumo do discurso. "Passos Coelho apostou e colocou todas as fichas no insucesso do Governo. Agora, dizem os seus conselheiros de imagem e analistas de feição, que vai tentar mudar de discurso. Mude ou não, chega tarde”, vaticinou.

E chega tarde, argumentou Carlos César, porque o Governo tem seguido uma linha diferente das políticas defendidas pelo Governo PSD/CDS. "O Governo reverteu medidas e políticas, manteve outras, inovou e adoptou novas reformas e novas políticas", disse. E são essas medidas - e não as anteriores - que estão a resultar nos ganhos para a economia, justifica. "Se é agora que o investimento privado e o crescimento da economia dão um salto em frente, não é porque os investidores acreditem no passado, mas sim no presente e no futuro". Por isso, o caminho é para continuar: "É importante, pois, prosseguirmos o caminho que temos feito, com o mesmo critério e com mais cuidados."

Contudo, o sucesso de Portugal pode ser replicado lá fora. Depois de Ferro Rodrigues ter na quinta-feira insistido na ideia que a Europa tem o que aprender com Portugal, o líder parlamentar e presidente do PS concorda com essa visão de que outros países na Europa podiam estar com resultados diferentes. "Tivessem esse sucesso todos os partidos socialistas e sociais-democratas, por esses países fora, e teríamos, pelo menos, uma Europa bem mais justa, mais progressiva e mais prometedor”, afirmou.

Neste segundo dia de jornadas em Bragança, César centrou grande parte do seu discurso nos problemas deste distrito do interior defendendo que os resultados da economia no último ano já têm levado a Bragança alguns ganhos, mas não os suficientes até porque o distrito "foi um dos mais afectados pelas políticas de desinvestimento económico e social do anterior Governo", defendeu.

O líder parlamentar do PS tem repetido a ideia que quer reduzir as desigualdades (reflectidas nos principais indicadores económicos) ao longo do território. Para isso, César aconselhou os bragantinos a apostarem "na segurança e no turismo de natureza" porque são "exemplos de investimentos que podem trazer muitas vantagens no universo da oferta global do turismo, tal como o investimento na produção agroalimentar de alta qualidade".

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