ISEG já vê a economia a crescer este ano entre 2,4% e 2,8%

Grupo de economistas aponta para crescimento de 7% nas exportações e de 7,5% no investimento.

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O ISEG nota a nova subida nos indicadores de confiança das empresas PAULO PIMENTA

Depois de conhecidos os dados da economia dos primeiros três meses do ano e já alguns indicadores mais recentes, o ISEG (Universidade de Lisboa) reviu em alta a projecção anual de crescimento do PIB, admitindo agora que a economia possa avançar entre 2,4% a 2,8% face a 2016.

A previsão pressupõe que não haja uma evolução negativa na “conjuntura internacional política e económica”. O maior ou menor grau de crescimento, consideram os economistas, deverá depender da forma como evoluir o contributo da procura externa.

Na síntese de conjuntura de Maio, elaborada pelo grupo de análise do ISEG, os economistas explicam que o crescimento do primeiro trimestre (de 2,8% em termos homólogos e de 1% em relação aos três meses anteriores) e a “avaliação da conjuntura actual determinam a necessidade de uma revisão do crescimento anteriormente previsto para o ano de 2017”.

Primeiro, houve uma aceleração do crescimento que, no primeiro trimestre, foi em termos homólogos “mais pronunciada do que o antecipado”. Para o ISEG, a “maior surpresa positiva” foi o facto de o crescimento se dever, segundo o INE, ao “maior contributo da procura externa líquida, que passou de negativo para positivo”. Porquê? Porque “o também referido ‘contributo positivo elevado’ da procura interna, com desaceleração do consumo privado e aceleração do investimento, era esperado”.

Em relação ao trimestre de Abril a Junho, o ministro das Finanças já admitiu que o ritmo de crescimento homólogo possa ficar acima de 3%, algo que só será conhecido mais tarde. A tendência é positiva e, segundo a equipa de análise do ISEG, “os poucos dados relativos ao segundo trimestre (Abril) continuaram a ter uma evolução positiva e os indicadores de clima e de sentimento económico voltaram a subir”.

Embora a informação sobre o actual trimestre ainda seja escassa, os dados apontam para uma subida de vários indicadores – não só no clima económico, mas também uma trajectória em alta “da maioria dos indicadores de confiança empresariais e do indicador de confiança dos consumidores, bem como crescimentos mais positivos do comércio automóvel (de passageiros e comerciais) e o crescimento do consumo de cimento (ajustado de dias úteis) também manteve valores elevados”.

O que está na base da projecção de crescimento de 2,4% a 2,8% são esses indicadores: “uma expectativa de crescimentos em volume de 2,4% no consumo privado, 7,5% no investimento, 7% nas exportações e de 7% a 8% nas importações”. Os economistas vincam o facto de a previsão estar dependente de “uma evolução não negativa” na conjuntura externa, seja da própria economia seja da própria conjuntura política internacional.

Quanto a factores internos, explicam que a previsão “assume um relativamente elevado crescimento da procura interna, mas o factor principal a determinar o maior ou menor crescimento anual do PIB deverá ser a evolução da relação entre o crescimento real das exportações e das importações, ou seja, o contributo da procura externa líquida, que se espera venha a ser menos negativo do que o habitual e mais em linha com o acontecido no ano anterior e no primeiro trimestre deste ano”.

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