Obras no miradouro de S. Pedro de Alcântara arrancam “segunda-feira da semana que vem”

Para evitar que o miradouro deslize para a Avenida da Liberdade, a câmara quer cravar estacas no terreno. Não deverá haver constrangimentos para quem queira ver as vistas, mas o trânsito pode sofrer impactos.

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Carla Rosado

Caso tudo corra como a câmara prevê, as obras no Miradouro de São Pedro de Alcântara deverão começar já na “segunda-feira da semana que vem”, disse o vereador do Urbanismo da autarquia lisboeta, Manuel Salgado. Os vereadores vão discutir esta quinta-feira uma proposta para adjudicar à Teixeira Duarte uma “intervenção urgente na plataforma inferior” do miradouro, no valor de 5,5 milhões de euros.

Numa visita ao local esta quarta-feira, Manuel Salgado explicou que, na sequência de trabalhos de monitorização começados em 2006, percebeu-se que existe “uma massa de terra profunda que tem tendência a deslocar-se em direcção ao vale da Avenida da Liberdade”. Os movimentos dessa massa originaram diversas fissuras nos muros de sustentação do miradouro, situado entre o Chiado, o Bairro Alto e o Príncipe Real.

Se nada fosse feito, disse o vereador, algo de grave poderia acontecer mais dia, menos dia, num miradouro que oferece uma das melhores e mais vastas vistas sobre a parte antiga da cidade. “Há o risco de isto se precipitar por causa de um inverno de muita chuva ou um pequeno sismo”, afirmou Manuel Salgado.

O responsável pelo Urbanismo da câmara explicou que vão ser cravadas 400 estacas de metal na plataforma inferior do miradouro “para conter estas terras e evitar todos os riscos futuros”. Nessa plataforma, geralmente muito menos frequentada do que a superior, existe uma fonte e canteiros ajardinados, que serão repostos assim que os trabalhos terminem.

As obras têm uma duração prevista de cinco meses, mas Salgado disse que está a pressionar a Teixeira Duarte para concluí-las antes desse prazo. A empreitada vai decorrer 24 horas por dia e é muito provável que origine constrangimentos no trânsito da zona – que já não é pêra doce. Parte da Rua das Taipas vai estar cortada e, devido ao “volume considerável de terras que têm de ser tiradas e de betão que tem de vir”, prevê-se um intenso movimento de camiões. O vereador garantiu que as deslocações estão a ser planeadas para terem o menor impacto possível.

Quem não deverá ter problemas são os milhares de lisboetas e turistas que diariamente se deslocam àquele local para apreciar a vista para o Castelo, a Graça, o Torel, a Baixa e um pouco das Avenidas Novas. “Em princípio, a plataforma de cima vai estar acessível”, disse Manuel Salgado.

No fim das obras, mas ainda sem data definida, a câmara quer requalificar a Rua das Taipas, a Rua de São Pedro de Alcântara e o Largo da Oliveirinha, um recanto escondido ao lado da Calçada da Glória.

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