Protestos no Porto, Braga e Lisboa contra a "cultura da violação"

Movimentos sociais saem à rua sob o lema "Mexeu com uma, mexeu com todas", na sequência de um presumível caso de abuso sexual num autocarro no Porto.

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fvl fernando veludo n/factos

Uma vasta coligação de movimentos sociais marcou para quinta-feira, dia 25, às 18h, protestos simultâneos em Lisboa, Porto e Braga. As três concentrações, sob o lema “Mexeu com uma, Mexeu com todas. Não à cultura da Violação!”, decorrem uma semana depois da divulgação de um vídeo do possível abuso sexual de uma jovem num autocarro no Porto, durante a Queima das Fitas.

A Rede 8 de Março, que reúne cidadãos mas também vários movimentos sociais, é a entidade coordenadora da concentração em Lisboa. Joana Grilo, membro da organização, explica que “o movimento começou no Porto e rapidamente se alastrou para as outras cidades do país”.

Apesar da convocatória surgir na sequência do caso da Queima das Fitas, a responsável afirma que a organização recusa qualquer “instrumentalização da vítima e do vídeo” do incidente. No entanto, a organizadora aproveita para condenar que seja ”visto como normal um vídeo com uma agressão deste género e que as pessoas não entendem o quão violento é para todas as mulheres a difusão de um vídeo destes”.

“Infelizmente são coisas normalizadas, mas não devemos esquecer que qualquer uma de nós podia estar naquele vídeo e por isso não podemos deixar que isto passe em limpo”, disse.

A responsável explica ainda que o protesto de quinta-feira será uma concentração, e não uma marcha. “Vamos ficar na Praça Luís de Camões para dar a todos a hipótese de participarem quando saírem do seu trabalho”, explica Joana.

Na convocatória feita através do Facebook, a organização sublinha que “a cultura da violação é aquela que encara as mulheres como objectos sexuais e de consumo masculino”.

“É o entendimento de que as mulheres não são seres autodeterminados e donas da sua sexualidade”, lê-se no texto.

No Porto, a concentração de quinta-feira decorre na Praça Gomes Teixeira. Em Braga, o protesto está marcado para a Avenida Central. Tal como em Lisboa, as manifestações acontecem às 18h.

O evento é organizado por associações feministas, anti-racistas, de defesa de direitos das pessoas LGBT e movimentos sociais como a Associação Plano i, Marcha Mundial das Mulheres, Parar o Machismo, Construir a Igualdade – Rede de Activistas Feministas, Panteras Cor de Rosa, Precários Inflexíveis, SOS Racismo ou UMAR.

Texto editado por Pedro Guerreiro

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