Antigo conselheiro de Trump mentiu ao Pentágono sobre ligações à Rússia

Em 2016, Michael Flynn escondeu a membros do Pentágono o dinheiro recebido e os contactos encetados na Rússia. Mentir a investigadores federais pode incorrer num crime punível até cinco anos de prisão.

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Reuters/CARLOS BARRIA

Michael Flynn, antigo conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump, mentiu a membros do Pentágono sobre os rendimentos recebidos e contactos mantidos com empresas de países estrangeiros, entre as quais da Rússia, noticia esta segunda-feira a imprensa social norte-americana, citando uma carta do mais destacado membro democrata do comité de supervisão da Câmara dos Representantes, Elijah E. Cummings. Mentir deliberadamente a investigadores federais é um crime punível até cinco anos de prisão.

De acordo com este documento, a omissão ocorreu em Fevereiro de 2016, quando Flynn relatou aos investigadores que não recebeu quaisquer rendimentos de empresas estrangeiras e que tinha apenas tido “contactos insubstanciais” com organizações estrangeiras. Estas declarações foram realizadas durante uma entrevista para decidir a entrega de aval de segurança ao general norte-americano.

O problema, como recorda o New York Times, é que, dois meses antes desta conversa com o Pentágono, Flynn esteve sentado ao lado do Presidente russo, Vladimir Putin, numa gala da RT, a televisão ligada ao Kremlin, em Moscovo. O canal pagou mais de 45 mil dólares ao antigo conselheiro de Trump para marcar presença e discursar no evento.

O documento com estas revelações foi tornado público depois de, nesta segunda-feira, Michael Flynn se ter recusado a cumprir uma intimação do Senado norte-americano, evocando a 5ª emenda da Constituição dos EUA, não entregando documentos considerados importantes para a investigação possíveis ligações entre a equipa de Donald Trump e o Governo russo. Flynn é, aliás, um dos principais suspeitos no caso.

Em Fevereiro, general acabou mesmo por se ver forçado a apresentar a demissão depois de se ter descoberto que escondeu do vice-presidente, Mike Pence, os aspectos mais comprometedores das conversas com o embaixador russo.

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