Trump disse a ministro russo que ex-director do FBI era “maluco”

Durante o encontro com Sergei Lavrov na Casa Branca, o Presidente dos EUA afirmou que o despedimento de James Comey aliviava a "grande pressão" que sentia sobre si pela investigação às alegadas ligações a Moscovo.

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Donald Trump e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov LUSA/RUSSIAN FOREIGN MINISTRY HANDOUT

Donald Trump afirmou, durante um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, e o embaixador da Rússia nos EUA, Sergei Kisliak, que o despedimento do então director do FBI aliviava a “grande pressão” que sentia em relação à investigação sobre as possíveis ligações com a Rússia. “Despedi o director do FBI. Ele era maluco”, afirmou Donald Trump, de acordo com um documento a que o jornal New York Times teve acesso, que resume o encontro de 10 de Maio, o dia seguinte a James Comey ter sido despedido.

“Não estou a ser investigado”, acrescentou ainda o Presidente dos Estados Unidos. O documento com as declarações de Trump foi lido por um funcionário norte-americano ao New York Times e tinha sido escrito com base em apontamentos tirados dentro da Sala Oval, onde não foi permitida a entrada de jornalistas. 

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, não comentou as declarações. Ainda assim, em comunicado, afirmou que James Comey tinha criado uma “pressão desnecessária” no que toca às relações diplomáticas estabelecidas por Trump com a Rússia em questões como a Síria, a Ucrânia e o Daesh. 

O encontro causou alguma polémica quando se soube que Donald Trump tinha revelado informações aos russos sobre um plano dos extremistas do Daesh na Síria, informações classificadas como code-word (nível máximo de secretismo). Segundo o New York Times, a fonte dessas informações recolhidas é Israel, o que pode trazer uma série de complicações.  

No dia 9 de Maio, Donald Trump demitiu o então director do FBI, James B. Comey. Numa nota oficial, era revelado que o despedimento estava relacionado com uma recomendação feita pelo procurador-geral, Jeff Sessions, e pelo vice-procurador-geral, Rod Rosenstein. James Comey liderava uma investigação sobre um possível conluio entre o Governo russo e elementos da equipa de Donald Trump durante a campanha eleitoral em 2016 contra a candidata democrata Hillary Clinton.

Nesta terça-feira, o New York Times noticiava que, em Fevereiro, Donald Trump tinha pedido a James Comey que desse por terminada a investigação ao antigo conselheiro para a segurança nacional da Administração, Michael Flynn, por causa de contactos feitos com Moscovo antes da tomada de posse de Trump. 

Donald Trump prepara-se, agora, para a sua primeira visita oficial ao estrangeiro e escolheu como destino a Arábia Saudita. Segundo a CNN, a maior parte dos Presidentes norte-americanos tinha feito a sua primeira viagem oficial ao Canadá. 

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