A maquete do futuro à luz do MAAT

Exposições de Carlos Garaicoa, João Onofre e Ana Pérez-Quiroga inauguram esta terça-feira no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia em Lisboa.

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LUSA/Jose Sena Goulao

As exposições do artista cubano Carlos Garaicoa e dos portugueses Ana Pérez-Quiroga e João Onofre vão ser inauguradas esta terça-feira no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, no âmbito da pré-abertura da ARCOlisboa.

ARQhome - MAAT, de Ana Pérez-Quiroga, Yo nunca he sido surrealista hasta el dia de hoy, de Carlos Garaicoa, e Untitled (orchestral), de João Onofre, abrem as portas ao público a partir das 21h desta terça-feira, e até às 00h, com entrada gratuita.

A exposição de Carlos Garaicoa, com curadoria de Inês Grosso e Pedro Gadanho, é uma reinterpretação, em tamanho real, de uma maquete que o artista realizou em 2008 e que explora a relação entre cidade e homem, ficção e realidade. Yo nunca he sido surrealista hasta el dia de hoy sublinha a importância da luz como influência na realidade histórica da arte.

Em declarações à agência Lusa, após "mais um ano de reuniões com o artista", Inês Grosso explica que a exposição resultou num projecto site-specific de grande escala. A obra do artista cubano explora a relação entre a arquitectura e urbanismo, através do uso de candeeiros, postes de eletricidade, semáforos, vegetação real e um avião que "remete para o real", sublinhou a curadora.

"A iluminação pública é muito importante porque a luz artificial distorce a realidade e os edifícios são alterados", afirmou Inês Grosso sobre a aplicação de luminárias em espaços públicos.

Pedro Gadanho, curador da exposição e director do MAAT, destacou à Lusa a forma como esta instalação questiona o planeamento urbano e a "própria questão da sustentabilidade eléctrica" através de uma maquete que é "quase uma representação do futuro".

O artista Carlos Garaicoa, em exposição a partir desta terça-feira na Sala Oval do MAAT, explica à Lusa que "sentiu a necessidade de ser uma obra nova" e que "sempre trabalhou muito com arquitectura".

Carlos Garaicoa nasceu em 1967, em Cuba, e desde do início da sua carreira, em 1990, utiliza a arquitectura e o contexto urbano para criar novas realidades paralelas. Das exposições individuais mais recentes destaca-se o projecto de intervenção pública para a cidade de Castleford, em Inglaterra, realizado em 2009.

Por seu lado, a exposição de João Onofre, a convite de Pedro Gadanho, é uma instalação performativa que "exigiu vários períodos de investigação", enquanto "mostra da tecnologia mais avançada", sublinhou o artista à agência Lusa. Esta nova obra multimédia, com curadoria de Benjamin Weil e localizada na Sala das Caldeiras do edifício Central, é inspirada na história do edifício enquanto fonte de luz para a cidade de Lisboa.

Ana Pérez-Quiroga apresenta a exposição APQhome - MAAT, um projecto que comporta um espaço doméstico - casa e os seus objectos - e um jardim, numa experiência de fusão entre arte e vida, envolvendo a intervenção de um participante - um artista ou criador contemporâneo - durante períodos de 48 horas no Cinzeiro 8, situado no edifício Central.

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