Entidades Transfronteiriças pedem novo tratado de cooperação na cimeira ibérica

O secretário-geral da RIET acredita que "a partir desta cimeira haverá um novo relacionamento entre as pessoas da fronteira e os dois governos".

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Enric Vives-Rubio

O secretário-geral da Rede Ibérica de Entidades Transfronteiriças (RIET) defendeu nesta segunda-feira que na próxima Cimeira Ibérica deve ser lançado o debate para um novo tratado de cooperação entre Portugal e Espanha "que permita desenvolver o dinamismo da fronteira".

"Acho que desta vez vão ouvir-nos e acredito que desta vez irá abrir-se o debate sobre o tratado de cooperação. É a nossa principal reivindicação", afirmou à Lusa Xoan Mao, secretário-geral da rede constituída por organizações de proximidade à fronteira de Espanha e de Portugal.

O responsável defende que seja debatido "um novo tratado de cooperação entre Portugal e Espanha, um novo quadro jurídico que permita desenvolver o dinamismo da fronteira". "No âmbito da cooperação, estamos muito expectantes dos encontros que tivemos com os dois governos nestes meses, achamos que a mentalidade está a mudar", assinalou Xoan Mao, destacando que "a cimeira vai durar um dia e meio, ao contrário das três horas que durou a última, o que quer dizer que o relacionamento entre Espanha e Portugal finalmente é uma prioridade estratégica para Espanha".

O secretário-geral da RIET acredita que "a partir desta cimeira haverá um novo relacionamento entre as pessoas da fronteira e os dois governos, nomeadamente os Negócios Estrangeiros dos dois países, que já começam a perceber que Espanha e Portugal têm a fronteira mais longa da Europa e o relacionamento dos dois países não pode ser só feito entre Lisboa e Madrid, mas também na fronteira, com a gente que lá vive e partilha todos os dias". "Que esta cimeira marque o futuro de um novo relacionamento entre a população da fronteira e os governos", sublinhou.

Fundada em 2009, a RIET é constituída por organizações de proximidade à fronteira de Espanha e de Portugal que desenvolvem o seu trabalho, genérico ou específico, na área da cooperação transfronteiriça. Integra 32 membros, entre associações empresariais e universidades dos dois países, representa os interesses de mais de 12 milhões de habitantes e de mais de um milhão de empresas.

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