Hong Kong rejeita asilo a famílias que acolheram Snowden

Cidadãos do Sri Lanka que deram abrigo a Edward Snowden em Hong Kong enfrentam possível detenção e deportação.

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Os refugiados acolheram Snowden em Hong Kong. Hoje vivem escondidos LUSA/JEROME FAVRE

Os requerentes de asilo que acolheram o ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA) norte-americana Edward Snowden em Hong Kong, em 2013, quando o dissidente fugia às autoridades dos EUA, viram os pedidos rejeitados, informaram esta segunda-feira os seus advogados. 

Os refugiados – um casal do Sri Lanka e os dois filhos; um antigo soldado também do Sri Lanka, Ajith Puspakumara, e ainda a filipina Vanessa Rodel e a filha de cinco anos – mantiveram o silêncio sobre a estadia de Snowden nas suas casas, que durou duas semanas. Até que, em 2016, um documentário de Oliver Stone revelou onde o fugitivo tinha estado escondido durante a passagem por Hong Kong. 

Esta segunda-feira, em entrevista à CNN, Vanessa Rodel sublinhou o impacto que a decisão das autoridades de Hong Kong terá na sua vida. "Eu e a minha filha vamos ser separadas, e não sei quando nos voltamos a ver novamente. É muito duro para mim, estou muito preocupada", disse.

Os cidadãos do Sri Lanka conheceram Snowden através do seu advogado Robert Tibbo, em 2013. Os refugiados acolheram o antigo espião da NSA antes de este ter apanhado o avião para Moscovo, onde reside até à data. Deste então, queixam-se de perseguição pelas autoridades do Sri Lanka, de onde tinham fugido. Em 2016, alegam, a polícia do seu país de origem terá mesmo viajado até Hong Kong numa tentativa de os interceptar – uma acção teoricamente ilegal e que é negada pelas autoridades de Colombo.

Num vídeo publicado esta segunda-feira pela CNN, os requerentes de asilo afirmam que os seus filhos não possuem qualquer nacionalidade ou documentação, colocando-os num vazio legal. 

Os advogados que representam os requerentes de asilo disseram que planeiam recorrer das decisões tomadas pelo director dos serviços de imigração, informou a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong. A equipa legal renovou ainda os apelos ao Governo do Canadá para que este intervenha e conceda asilo aos requerentes.

Artigo editado por Pedro Guerreiro

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