Qual é a sua atividade física?

Um estudo recente revelou as preferências dos portugueses quanto às atividades físicas que praticam, entre atividades desportivas e não-desportivas. Os resultados, que podem surpreender, mostram uma grande diversidade de opções à disposição dos cidadãos que desejam ser mais ativos.

Foto

O Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, realizado em 2016, permite, pela primeira vez, fazer um retrato representativo das preferências dos portugueses quanto a escolhas de atividades físicas realizadas nos seus tempos livres. Considerando todas as pessoas que afirmaram praticar alguma atividade física, vejamos um breve sumário dos resultados, organizado em dez categorias e em função da idade e sexo dos participantes:

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, realizado em 2016, permite, pela primeira vez, fazer um retrato representativo das preferências dos portugueses quanto a escolhas de atividades físicas realizadas nos seus tempos livres. Considerando todas as pessoas que afirmaram praticar alguma atividade física, vejamos um breve sumário dos resultados, organizado em dez categorias e em função da idade e sexo dos participantes:

• Actividades de ginásio (22% do total de todas as escolhas): representam o tipo de exercício físico mais praticado em Portugal entre os 15 e os 64 anos. Ainda assim, 12% das pessoas com mais de 64 anos escolhem este contexto de prática.

• Marcha/caminhada (21% do total): atividade muito popular entre as mulheres, mas também em homens, aumentando de popularidade com a idade. Apenas 6% dos mais novos a escolhem, mas é, claramente, a atividade preferida nos mais idosos (47%), seguida da ginástica com 16% de participantes.

• Corrida/atletismo (13% do total): é uma das atividades mais praticadas pelo sexo masculino e bastante popular até aos 65 anos, decrescendo substancialmente de popularidade a partir desta idade. 

• Natação e hidroginástica (9% do total): são atividades razoavelmente populares em todos os grupos etários, com uma ligeira predominância nos mais idosos: cerca de 13% das escolhas, após os 64 anos de idade, provavelmente em função da popularidade da hidroginástica.

• Futebol e futsal (8% do total): atividades quase exclusivamente masculinas e muito populares no grupo etário dos 15 aos 21 anos (17% das escolhas). Muito pouco escolhidas no sexo feminino e praticamente ausentes das preferências entre os mais idosos.

• Ginástica (8% do total): ao contrário do futebol e futsal, é uma atividade mais popular no sexo feminino, sendo especialmente escolhida (17%) pela população acima dos 65 anos, provavelmente devido aos grupos de aulas de ginástica para idosos.

• Ciclismo/usar a bicicleta (6% do total): mais populares no sexo masculino, estão bem distribuídos entre os vários grupos etários, sendo ligeiramente mais prevalentes nos adultos (22-64 anos), com 7% das escolhas.

• Dança (5% do total): situação oposta à do uso da bicicleta. Mais prevalente nas mulheres, mas com um decréscimo progressivo de preferências com o aumento da idade (3% nos idosos).

• Outros desportos (5% do total): inclui desportos como o ténis, basquetebol, voleibol, andebol, artes marciais, golfe e râguebi, entre outros. São especialmente populares entre o grupo dos 15-21 anos, com 12% das escolhas.

• Mar, natureza e aventura (2% do total). Inclui atividades como o surf, canoagem, escalada, caça, pesca e skate, entre outras. 

Foto

É importante assinalar que não estão incluídos nestes números os adolescentes e adultos que indicaram não praticar atividade física regularmente. São esses que importa motivar no futuro e, para tal, os números agora descritos sugerem duas reflexões:

1. A prática de desporto continua a ser mais popular entre os mais novos. O desporto e a competição, se bem enquadrados, promovem valores insubstituíveis no desenvolvimento integral dos jovens (cooperação, respeito, vivência da vitória e da derrota, benefícios do treino/prática continuada, etc.). Contudo, o ginásio/fitness é, já, o contexto mais popular para praticar atividade física entre os portugueses com 15-21 anos. Importa, por isso, considerar como estão a ser enquadrados os mais jovens nestes locais de prática, onde se colocam questões como o culto de determinados tipos e formas corporais, bem como algum incentivo ao consumo (excessivo?) de suplementos alimentares, aspetos que podem ser desafios para a sua saúde física e mental. Nestes contextos, um enquadramento técnico-profissional de elevada qualidade é, cada vez mais, uma necessidade.

2. Para atrair a população que ainda não pratica atividade física, é essencial considerar as atividades favoritas dos actuais praticantes. Porquanto o investimento tem sido muito centrado na promoção do desporto organizado, prioridades futuras devem envolver atividades como marcha e corrida, ginástica de grupo e hidroginástica, bem como o uso da bicicleta e mesmo dança e atividades de exploração da natureza. Nestas áreas, existem muitas iniciativas provenientes da sociedade civil e do movimento associativo que carecem de maior atenção e apoio. Da mesma forma, as federações desportivas com maior impacto no domínio do “desporto para todos” (futebol, atletismo, ciclismo/cicloturismo, natação, etc.) devem ser incentivadas a expandir a sua ação para o domínio informal e não-competitivo, procurando atrair pessoas em idade adulta.

A campanha “Qual é a sua atividade física?”, tornada pública na celebração do Dia Mundial da Atividade Física de 2017, salienta a importância da atividade física para a saúde e bem-estar e a grande diversidade de opções à disposição de todos os que querem ter uma vida mais ativa. 

A rubrica Atividade Física é da responsabilidade do Programa Nacional de Promoção de Atividade Física da Direcção-Geral de Saúde 

Os autores escrevem segundo o  Acordo Ortográfico