O culto a Francisco e Jacinta Marto é a partir de hoje universal

Papa preside neste sábado a uma cerimónia que é inédita em Portugal.

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Os três pastorinhos de Fátima: Jacinta Marto, Francisco Marto e Lúcia dos Santos REUTERS

É uma cerimónia inédita em território português a da canonização dos irmãos Francisco e Jacinta Marto, marcada para este sábado de manhã. Logo no início da eucaristia, às 10h, o Papa Francisco cumpre o rito de canonização que começa com uma procissão com a imagem da Virgem Maria e os dois relicários em forma de candeias com as relíquias de Francisco e Jacinta, transportados pela postuladora da causa, Ângela Coelho, e pelo assessor da postulação, Pedro Valinho Gomes, ladeados por cerca de 20 crianças e jovens, com idades entre os nove e os 16 anos.

Antes da ladainha dos santos, o bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, pede formalmente ao Papa que os dois pastorinhos sejam inscritos no “catálogo dos santos” e apresenta uma biografia dos dois irmãos. Francisco nasceu em 1908 e Jacinta dois anos depois, numa família de pobres pastores. Morreram ainda crianças vítimas da febre pneumónica, não sem antes terem passado por provações que incluíram interrogatórios, períodos de fome e flagelações, sem nunca recuarem na sua versão relativamente às aparições.

Muito tempo depois da sua morte, a Igreja Católica declara que a intercessão dos irmãos esteve na base dos “milagres” que curaram uma paralítica, em 1987, e salvaram uma criança brasileira que sofrera um traumatismo craniano grave, com perda de tecido cerebral, em 2013.

Cabe depois a Francisco proferir, em português, a fórmula de canonização: “Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e incremento da vida cristã, com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, depois de termos longamente reflectido, implorado várias vezes o auxílio divino e ouvido o parecer de muitos Irmãos nossos no Episcopado, declaramos e definimos como Santos os Beatos Francisco Marto e Jacinta Marto e inscrevemo-los no Catálogo dos Santos, estabelecendo que, em toda a Igreja, sejam devotamente honrados entre os Santos. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

A partir deste momento, o culto de Francisco e Jacinta passa a ser universal, enquanto o de Lúcia, que viveu até aos 97 anos, aguarda ainda que seja declarada a beatificação, num processo que seguiu há poucas semanas para o Vaticano.

 

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