Prémio Novo Banco Photo passa a ser bienal

O maior prémio de arte contemporânea em Portugal não será atribuído este ano — mas o regresso está prometido para 2018.

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Ao dar mais tempo entre edições, o Novo Banco quer manter a “relevância” do prémio que actualmente distingue artistas nacionais e de países africanos de língua oficial portuguesa David Rato/Museu Colecção Berardo

Depois de doze edições com um formato anual, o Novo Banco Photo vai passar a ter uma periodicidade bienal, revelou ao PÚBLICO uma fonte oficial do banco. Para além desta mudança, o principal promotor do prémio – a mais alta distinção de arte contemporânea em Portugal, com um valor pecuniário de 40 mil euros – vai manter tudo o resto, desde o modelo de selecção e premiação de artistas à parceria com o Museu Colecção Berardo, onde são feitas as exposições. A alteração agora decidida significa que este ano não haverá prémio e que o Novo Banco Photo só voltará em 2018.

Ao dar mais tempo entre edições, o Novo Banco quer manter a “relevância” do prémio que actualmente distingue artistas nacionais e de países africanos de língua oficial portuguesa (o Brasil deixou de entrar em 2016). Ao longo das doze edições, o Novo Banco Photo (sucessor do BESPhoto, lançado em 2004) selecionou autores com um carreira consagrada ou aqueles que tinham um percurso já cimentado. Para o campo dos artistas em início de carreira, o Novo Banco promove um prémio em tudo semelhante ao seu “irmão mais velho”, o Novo Banco Revelação, desta vez em parceria com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto. A periodicidade deste prémio vai manter-se anual, soube o PÚBLICO através da mesma fonte. O Novo Banco Revelação destina-se a artistas de nacionalidade portuguesa, ou estrangeiros a residir em Portugal, com idade limite de 30 anos (à data de fecho das candidaturas) e o tema do projecto é livre.

Na edição do ano passado, foram finalistas do Novo Banco Photo Pauliana Valente Pimentel (Portugal), Mónica de Miranda (Angola/Portugal) e Félix Mula (Moçambique), que viria ser distinguido com o prémio por uma exposição em que apresentou trabalhos fotográficos e uma instalação que ora se relacionavam com a sua experiência pessoal, ora convocavam a experiência colectiva e a sua relação com os espaços herdados do colonialismo, como as “cantinas” (lojas rurais), onde se vendia um pouco de tudo.

Ao longo dos anos, o prémio não foi isento de polémicas, desde artistas que se recusaram a ser nomeados como finalistas (Paulo Nozolino, João Maria Gusmão e Pedro Paiva, Luísa Cunha) até às críticas por causa da selecção de trabalhos representados na final, que teriam uma orientação “demasiado conceptual”, em detrimento de registos mais alinhados com a tradição do documentalismo fotográfico.

Entre os vencedores contam-se nomes como Helena Almeida (2004), José Luís Neto (2005), Filipa César (2009), Manuela Marques (2011), Mauro Pinto (2012) e Pedro Motta (2013).

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