Cartas ao director

Armando Baptista-Bastos (1)

Fiquei órfão do melhor, mais desassombrado, mais corajoso, mais pujante e mais luminoso — o camarada jornalista Baptista-Bastos. Também foi cronista, repórter entrevistador, guionista de cinema e ilustre escritor. Há semanas que deixei de o ver no CM e Negócios e não respondeu a um email. Estava doente e desapareceu-nos com 83 anos de idade. É uma perda irreparável. Estive com ele na apresentação de um livro do seu camarada jornalista Mário Zambujal e, afável e certeiro, disse-me: “Deixar de lutar é acobardar!” (...) BB, nome de luta, era respeitado e reconhecido pelos seus camaradas jornalistas, como Eugénio Alves: “Escrevia sem papas na língua, na procura do rigor, da verdade e sem cedências no seu ofício de jornalista.” Trabalhou em muita imprensa mas foi no seu semanário O Ponto que fez as melhores peças. Humilde e insubmisso. (...) Não fui a tempo de homenagear em vida o merecimento de BB. Amo a sua obra!

Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas

Armando Baptista-Bastos (2)

O autor de O Secreto Adeus deixou-nos Lisboa Contada pelos Dedos, como se a Viagem de um Pai e de um Filho pelas Ruas da Amargura fosse No Interior da Tua Ausência. No livro Tempo de Combate reuniu as suas crónicas publicadas no Diário de Notícias e no Jornal de Negócios. Baptista-Bastos, ao contrário do título que deu a um dos seus livros, não foi Um Homem Parado no Inverno. Em As Bicicletas em Setembro escreveu: “As pessoas como tu existem para inspirar pessoas como eu. Mas as palavras comportam várias direcções e possuem o peso que cada um lhes quer emprestar.”

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Os médicos têm razão, mas...

Os médicos, embora tenham razão quando se queixam que lhes foram cortados rendimentos de trabalho, por certo terão que assumir que não são os únicos neste nosso país. Não são! E, infelizmente, havendo uma baixa de rendimentos de quase todos nós, não são as “greves”, as paragens, que vão fazer “aparecer” dinheiro para mais dar e retribuir a médicos, enfermeiros, funcionários públicos e outros, tais como reformados e pensionistas — estes, já, nem essa “arma” têm. Não será à pressão, à “força de greves e manifestações”, que o dinheiro vai aparecer, dado que não é por “embirrações” que ele não existe, é mesmo por não haver. Não há! (...)

A. Küttner de Magalhães, Porto

Apelo à Carris

Viajo com alguma frequência nos autocarros da Carris e verifico que muitos dos vidros estão com falta de serem limpos. Havendo propaganda incentivando-nos a utilizarmos os transportes públicos, e nesta época de tantos turistas, não se compreende que não haja cuidado na boa apresentação dos autocarros. Também nos eléctricos 15 — apesar de alguns já terem ligação wi-fi —, a indicação das próximas paragens continua desactivada. E os painéis indicativos dos tempos de espera? Muitos não funcionam e outros dão informações desajustadas indicando, por exemplo, 45 minutos de espera quando nos horários afixados os intervalos são de 15 minutos.

Maria Clotilde Moreira, Algés

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