O maior centro de reabilitação de animais marinhos da Europa fica em Ílhavo

O objectivo final do centro de reabilitação é devolver os animais marinhos à natureza o mais rapidamente possível, garantindo a conservação destas espécies cruciais para a saúde dos oceanos

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Não existe outro centro no país que se dedique à reabilitação, em simultâneo, de mamíferos, tartarugas e aves marinhas ENRIC VIVES-RUBIO

O maior e mais recente Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) da Europa situa-se em Ílhavo, Aveiro. Funciona desde Agosto de 2016 e está integrado no Ecomare, um Centro de Investigação para a Inovação e Sustentabilidade e Economia do Mar, localizado entre a Lota da Gafanha da Nazaré e o Jardim Oudinot.

Instalações de excelência, uma equipa de primeiros socorros 24h por dia operacional com ajuda de uma ambulância adaptada e capacidade para receber 1000 animais marinhos por ano são alguns aspectos que caracterizam o centro de resgate de Aveiro. O CRAM intervém em 300 km da costa no norte e centro do país e dá auxílio a aves marinhas, mamíferos marinhos e tartarugas marinhas.

O recente centro de resgate e salvamento de animais marinhos é fruto de uma parceria de três instituições: Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem, Universidade de Aveiro e Oceanário de Lisboa. As verbas provêm de fundos próprios das três instituições parceiras, de fundos europeus e de contribuições como a da fundação Oceano Azul, criada em Março deste ano. 

O sucesso no tratamento e recuperação destes animais depende da qualidade dos cuidados primários, intensivos e intermédios e da preparação para a devolução ao oceano, salienta o Oceanário de Lisboa num vídeo de apresentação do centro recentemente divulgado. O centro conta com uma equipa de médicos e enfermeiros veterinários, biólogos e voluntários.

O CRAM é uma continuidade do CRAM-Q que já existia desde 2006 em Quiaios, na Figueira da Foz, mas melhorado e mais evoluído em termos de infra-estruturas disponíveis para a reabilitação dos animais. Desde a criação do CRAM-Q que a principal razão para a sua existência relaciona-se com o elevado número de arrojamentos de animais marinhos vivos na sua zona de actuação. Em Quiaios ficou a Estação de Campo de Investigação, que já existia previamente ao CRAM-Q, gerida pela Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem.

Embora já funcione desde Agosto de 2016, o centro ainda não foi inaugurado oficialmente. A data em que acontecerá não é conhecida, mas tudo aponta que seja em Junho deste ano.

Todos os anos, centenas de animais marinhos são encontrados feridos ou doentes ao longo da costa e muitos são vítimas dos comportamentos imponderados do ser humano no mar e que comprometem a conservação dos oceanos.

Texto editado por Ana Fernandes

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