Morreu Michael Parks, o actor adorado por Quentin Tarantino e Robert Rodriguez

Nos anos 1960 chegou a ser considerado o novo James Dean, mas recordamo-lo hoje pelos papéis em Twin Peaks, Kill Bill ou Aberto até de Madrugada

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O actor em Aberto até de Madrugada DR

Chegaram a apontá-lo como novo James Dean, mas a promessa nunca se chegou a cumprir. Mas, se não foi o novo James Dean, foi um óptimo Michael Parks, o traficante e proprietário de casino Jean Renault, em Twin Peaks, o actor adorado por Quentin Tarantino ou Robert Rodriguez, que lhe reservaram papéis em Kill Bill ou Aberto Até de Madrugada. “É um dos meus actores favoritos em todo o mundo”, dizia o realizador de Pulp Fiction em 1996. Michael Parks morreu esta terça-feira em Los Angeles, aos 77 anos, noticiou a Hollywood Reporter. As causas da morte não foram reveladas.

Nascido a 24 de Abril de 1940 em Corona, Los Angeles, teve uma carreira que se estendeu por mais de cinco décadas. A estreia nos ecrãs deu-se num pequeno papel na série The Real McCoys. No grande ecrã, surigiria pela primeira vez em 1965, enquanto protagonista de The Wild Seed, de Brian G. Hutton. Um ano depois, seria dirigido por John Huston em A Bíblia, interpretando o papel de Adão. Gravitando entre o cinema e a televisão, ganharia protagonismo enquanto Jim Bronson, o herói contracultural da série Then Came Bronson (1969-1970), jornalista que abandona a profissão para percorrer os Estados Unidos, montado numa Harley Davidson, numa viagem de auto-descoberta. Foi em Then Came Bronson, onde também encontrávamos o Michael Parks cantor (cantava o genérico final, Long lonesome highway, grande sucesso à época), que o jovem Quentin Tarantino descobriu aquele que seria, duas décadas depois, um dos seu actores fétiche.

Já depois de David Lynch o ter recrutado para Twin Peaks, Michael Parks ganharia segunda vida e estatuto de culto em Aberto Até de Madrugada, de Robert Rodriguez, onde encarnava o guarda texano Earl McGraw, personagem que Tarantino incluiria em Kill Bill Vol. 1 – no segundo capítulo do filme, Parks surge na pele de um chulo mexicano, Esteban Vihaio. Voltaria a trabalhar com os dois realizadores nos filmes que compõem Grindhouse, surgindo igualmente num pequeno papel em Django Libertado, de Tarantino.

O realizador Kevin Smith, outro dos seus admiradores, não se conteve nos elogios quando a morte de Parks foi conhecida. “O Michael era, e irá provavelmente continuar a ser, o melhor actor que alguma vez conheci”, elogiou na sua conta de Instagram. “Escrevi tanto Red State [2011] como Tusk [2014] para ele”, confessou, apelidando Parks de “o Yoda da representação”.

A segunda vida da sua carreira levou-o a integrar o elenco de filmes como Argo, de Ben Affleck, ou O Assassínio de Jesse James pelo Cobarde John Ford, de Andrew Dominik.

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