Microsoft regista patente de óculos para comer melhor

A multinacional concebeu tecnologia para mostrar informação nutricional sobre alimentos no campo de visão do utilizador.

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Os óculos saberão quando um hambúrguer é demais PAUL J. RICHARDS

A Microsoft quer ajudar as pessoas a estar de olho no que comem. Literalmente. A empresa patenteou o conceito para um par de óculos de realidade aumentada (descritos como “um visor com ecrã transparente”) que podem apresentar informação e conselhos nutricionais directamente nas lentes.

“Embora as pessoas tenham conhecimento geral sobre os alimentos, as calorias que contêm, os ingredientes, os benefícios e consequências daquilo que lhes é apresentado, a monitorização do consumo e da informação nutricional para cada refeição é entediante”, escreve a Microsoft na patente. “Dar informação nutricional é vantajoso para pessoas que estejam a tentar controlar o peso, tenham restrições alérgicas, ou necessidades alimentares rigorosas.”

Os óculos serão capazes de transmitir informação sobre produtos alimentares que estejam no campo de visão do utilizador, e a comunicação será personalizada para cada um. Desde avisos sobre as necessidades do utilizador (por exemplo, “Esta é a tua segunda grande refeição do dia. Tens a certeza de que a queres?”), ao número de calorias que vai ingerir considerando as outras refeições que já fez nesse dia. 

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A Microsoft prevê que os óculos apresentem conselhos nutricionais aos utilizadores Microsoft

A patente também prevê sensores capazes de seguir os movimentos, localização e temperatura de quem os usa. A incorporação de um sistema de GPS permite que o sistema perceba quando alguém entra num determinado restaurante, apresentando recomendações e informação sobre o menu. É possível que exista ainda um elemento social para partilhar opiniões e recomendações de refeições com outros utilizadores.

Segundo a Microsoft, a componente social também pode ser utilizada na preparação de refeições para outros. "Por exemplo, se alguém está a preparar uma refeição para um amigo e informação partilhada [através dos óculos do amigo] indica uma alergia a um ingrediente, a informação aparecerá durante a preparação da refeição.”

Caso o sistema não consiga identificar um determinado alimento (por exemplo, os conteúdos exactos numa tigela de sopa), os óculos solicitam que o utilizador identifique a refeição. A grande desvantagem parece ser que todas estas funções obrigam o utilizador a ter os óculos sempre na cabeça. Poderão, também, existir preocupações ao nível da privacidade. 

Em 2014, o Google também se aventurou no sector dos acessórios inteligentes com os óculos de realidade aumentada Google Glass. Apesar do entusiasmo inicial com o produto, as funcionalidades levantaram preocupações ao nível da segurança e da privacidade com vários bares e restaurantes a proibir o uso do aparelho nas suas instalações. Contudo, o par de óculos da Google permitia tirar fotografias e filmar através das lentes, algo que não está previsto nos óculos que a Microsoft patenteou. 

Além da Microsoft, há outras empresas que querem entrar no mercado da monitorização nutricional. A Apple patenteou “etiquetas eléctricas com informação nutricional personalizada”. O conceito é que, depois de uma ida às compras, o caixa imprime uma etiqueta RFID com informação sobre a informação nutricional do que o cliente acabou de comprar. Pode ser lida através de um dos smartwatches da Apple.

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