E agora Emma Allen

Não acredito que a New Yorker tenha despedido Bob Mankoff, o inimitável mas muito imitado cartoonista.

Não acredito que a New Yorker tenha despedido Bob Mankoff, o inimitável mas muito imitado cartoonista que nos últimos 20 anos, como editor de cartoons, conseguiu actualizá-los e democratizá-los (tornando-os disponíveis a todos). Por outro lado eu também quis cancelar a assinatura em 1997 quando, depois de 6 anos de festa, o igualmente hilariante Lee Lorenz foi substituído... por Bob Mankoff. Não se pode ganhar; isto é, perder. 

A nova editora é Emma Allen que, apesar de se estrear nestas andanças, já revelou ter um delicioso sentido de humor com 4 ou 5 cartoons maravilhosos que parecem-me já ser obra dela: um de Trevor Spaulding (o baloiço), um (migratório) de Liana Finck (porventura a estrela do delicioso documentário de 2015 que Leah Wolchock fez sobre a ditadura de Mankoff), um de Benjamin Schwartz (que só peca por um Romeo a mais no fim da legenda), um de Paul Noth (abelhas), um de Amy Kurzweil (small batch banking) e um clássico instantâneo de Will McPhail ("high on cancelled plans") que é uma referência elegante à obra-prima mais citada de Mankoff: "How about never - is never good for you?".

Os melhores cartoon merecem livros e aqueles que Mankoff organizou são, felizmente, irresistíveis. 25 euros por The Complete Cartoons of The New Yorker (incluindo um vintage CD) é capaz de ser a maior pechincha cartoonista de sempre. É pouco? Sim, é. Mas haverá pelo menos mais um, ainda editado por ele, em 2017.

E agora? Será que teremos de recomeçar a ler a Esquire por causa dele?

 

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