Greve dos médicos e tolerância de ponto podem adiar 8600 cirurgias

Serviços mínimos vão ser assegurados durante a paralisação do próximo dia 10 e 11 de Maio. No entanto, milhares de cirurgias e consultas de especialidade podem ser adiadas.

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MARIA JOAO GALA

Os dois dias de greve nacional e a tolerância de ponto decretada pelo Governo para sexta-feira poderão colocar em causa cerca de 8600 cirurgias planeadas e 182 mil consultas de especialidade, podendo estas ser canceladas, avançou o Jornal de Notícias.

Estas informações têm como base os dados disponibilizados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), referentes ao ano anterior. Em 2016, os hospitais realizaram em média 60.700 consultas de especialidade e 2886 cirurgias programadas por dia.

De acordo com a agência Lusa, entre os serviços mínimos assegurados para os três dias da paralisação estão as urgências e tratamentos como quimioterapia, radioterapia, transplantes e diálise. Os cuidados paliativos em internamento, imunohemoterapia, a utilização de medicamentos para uso hospitalar e punção folicular na procriação medicamente assistida vão também ser asseguradas.

Em declarações ao Jornal de Notícias, o Presidente da Associação Portuguesa de Administração Hospitalar, Alexandre Lourenço, afirmou que “é sempre incómodo para os doentes, que têm de fazer deslocações”. Contudo, ressalva, “[a greve] é um direito dos médicos”.

A greve que ocorre na próxima quarta e quinta-feira foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e pela Federação Nacional dos Médicos, e antecede a tolerância de ponto decretada pelo Executivo para sexta-feira, dia da chegada do Papa Francisco a Portugal.

Em causa está a “degradação do trabalho e do Serviço Nacional de Saúde”, explicou o SIM, como noticia a Lusa. A reposição integral do pagamento de horas extraordinárias, o elevado número de horas das urgências e a redução do número de utentes por médico de família, são outros dos motivos desta paralisação.

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