A mulher que perdeu o emprego por ter sido confundida com a mãe de Anselmo Ralph

ERC analisou caso em que três revistas publicaram fotografias de um concerto no Campo Pequeno em que Sandra Marisa do Céu não deveria estar — tinha faltado ao trabalho para ir a uma consulta.

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Miguel Manso

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recebeu uma queixa de uma mulher que alega ter sido prejudicada pelas revistas TV Mais, Flash e TV Guia, que a identificaram erradamente como mãe de Anselmo Ralph. Tida pelos jornalistas como familiar do cantor angolano, Sandra Marisa do Céu foi fotografada durante um concerto, em Lisboa, e as imagens acabaram por chegar às páginas das três publicações. O erro, no entanto, fez com que esta mulher fosse apanhada na mentira que tinha contado no emprego para poder faltar ao trabalho e ir assistir ao espectáculo. Como consequência, foi despedida.

O concerto aconteceu no Campo Pequeno, a 9 de Dezembro de 2016. Nos dias que se seguiram, Sandra Marisa do Céu foi surpreendida com fotografias suas nas três revistas, tiradas durante o espectáculo, acompanhadas por legendas que a davam como a mãe do cantor. Um erro que, segundo disse a queixosa à ERC, tem feito com que seja abordada agora por “desconhecidos na rua” e que o seu filho tenha sido também interpelado na escola sobre o assunto, refere o documento de deliberação da ERC agora divulgado. A queixa foi apresentada em Janeiro deste ano.

À ERC, os responsáveis das revistas diziam ter falado com a queixosa e ter pedido desculpa pelo equívoco. A TV Mais revelou ter recebido uma chamada de Sandra Marisa do Céu em que esta dizia que tinha perdido o emprego por causa da reportagem em que a identificavam como mãe de Anselmo Ralph. Isto porque tinha dito no trabalho que iria a uma consulta médica para poder assistir ao concerto no Campo Pequeno. Ou seja, depois de se ter descoberto o seu verdadeiro destino, Sandra acabou por ser despedida.

Desta forma, e analisando todo o caso, a ERC concluiu que as revistas violaram o direito à imagem, o direito à intimidade da vida privada e as regras de conduta profissional. No entanto, a queixa contra a TV Mais foi retirada devido à “publicação de correcção e de pedido de desculpas”, depois de ter sido observado o erro.

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