CGD: Marcelo recebe autarca de Almeida antes do regresso dos protestos

Presidente diz que vai “apenas ouvir” os argumentos de um município que se queixa de perder a agência bancária da sede de concelho e do horário reduzido da de Vilar Formoso.

Foto
Marcelo diz que não tem solução, mas vai ouvir os argumentos LUSA/ESTELA SILVA

Marcelo Rebelo de Sousa vai reunir-se com o presidente da Câmara de Almeida na terça-feira da próxima semana, dia 16, na véspera do dia em que os habitantes e autarcas daquela vila histórica retomam os protestos pelo encerramento da agência da Caixa Geral de Depósitos na sede de concelho.

Foi o próprio Presidente da República que confirmou a notícia, em declarações à SIC, mas ressalvando que não tem “solução nenhuma” e que vai “apenas ouvir”. Certo é que este anúncio coincidiu com a desmobilização de habitantes e autarcas que estavam concentrados junto à CGD de Vilar Formoso, anunciando que estarão de regresso no dia 17.

O presidente da Câmara de Almeida, António Baptista Ribeiro, tinha afirmado à Lusa que será recebido, em Lisboa, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no dia 16 e que no dia seguinte, pelas 14h, haverá um novo encontro de habitantes e de autarcas em Vilar Formoso.

O autarca garantiu que a concentração desta segunda-feira "decorreu de forma ordeira" e que vão seguir-se "novas formas de luta", sem especificar. "Não vamos desistir. Vai haver outras formas de luta e de intervenção que, a seu tempo, vão ser divulgadas", prometeu.

O autarca lamentou a forma como o seu concelho está a ser tratado pela administração da CGD: "Em Almeida temos duas máquinas e aqui [em Vilar Formoso] também, porque a agência está encerrada".

"Hoje, Almeida está privada na totalidade de serviços da CGD. A agência de Vilar Formoso encerrou pelas 13h. É a forma como os munícipes e as instituições do concelho de Almeida estão a ser tratados", acrescentou.

Naquela vila fronteiriça, ponto de passagem para quem entre e sai do país, Baptista Ribeiro afirma ter visto "uma dezena de pessoas" que se dirigiram à agência e a encontraram encerrada. "Isto é hilariante. Penso que se perdeu o tino neste país", comentou o autarca, lembrando que não se justificava o encerramento antecipado da agência porque "as pessoas vieram manifestar-se de forma ordeira".

Os autarcas e os habitantes de Almeida não se conformam com a decisão da administração da CGD que decidiu encerrar o balcão daquela vila histórica do distrito da Guarda, localizada junto da fronteira com Espanha. Na última semana, e por duas ocasiões, a agência da CGD de Almeida foi invadida pelos manifestantes. Primeiro, no dia 26 de Abril, por autarcas locais e por cidadãos, e, depois, no passado dia 2 de Maio, por dezenas de cidadãos. As iniciativas tinham como objectivo pressionar a administração do banco a recuar em relação ao fecho da agência.

Na sexta-feira, o PÚBLICO noticiou que a administração da CGD decidiu dar um pouco mais à população de Almeida, esperando assim travar os protestos. Numa declaração ao PÚBLICO, fonte oficial da Caixa compromete-se a manter na localidade uma "solução de banca móvel", mais um gestor de conta que dará apoio no pagamento de pensões e prestações sociais - dando até cartões de débito (grátis) e ensinando a população a usá-los.

Mas esta segunda-feira, os protestos foram retomados, mas deslocados para Vilar Formoso, onde a CGD prevê manter aberta a única agência do concelho de Almeida.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários