Laboratórios Bell da Nokia promovem música em realidade aumentada

É a primeira parte dos eventos de 2017 em Experiências em Arte e Tecnologia. Começa com a apresentação de um álbum de realidade aumentada da cantora Beatie Wolfe.

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O objectivo é criar um álbum que une música e realidade aumentada Design I/O
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A artista britânica, Beatie Wolfe, com o director dos laboratórios Bell, Marcus Weldon Design I/O
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Uma sala fechada – sem eco – com um gira-discos a tocar ao centro é a base da nova experiência de música em realidade aumentada a ocorrer nos laboratórios Bell da Nokia, a partir desta sexta-feira.

O gira-discos vai estar a tocar Raw Space, o novo álbum de Beatie Wolfe – uma artista anglo-americana conhecida por apresentar a sua música em novos formatos digitais – sem parar, ao longo da próxima semana. Quem quiser ouvir, pode aceder à página do evento onde terá acesso a um vídeo em que pode navegar a partir do Youtube em 360º.

É o primeiro espectáculo ao vivo de uma série de eventos este ano que fundem arte e tecnologia a partir dos laboratórios Bell, em Murray Hill, New Jersey. “Estamos constantemente à procura de artistas com ideias futuristas que nos ajudam a querer puxar os limites da nossa própria tecnologia”, diz Domhnaill Hernon, director da secção de inovação e incubação dos laboratórios Bell da Nokia, ao PÚBLICO.

É a primeira parte dos eventos de 2017 em Experiências em Arte e Tecnologia, cujo nome é uma homenagem à colaboração E.A.T – entre artistas e engenheiros – que já nasceu em 1966. Quando a Nokia comprou a empresa de telecomunicações francesa, Alcatel-Lucent, em 2015, herdou como extra os famosos laboratórios de investigação Bell, em New Jersey. São considerados como o local de nascença de aparelhos tecnológicos que mudaram o mundo: desde protótipos de telemóveis ao laser.

A artista Sougwen Chung – que constrói robôs com quem pode desenhar em conjunto – é outra artista que vai promover o seu trabalho no espaço nos próximos tempos. “Acredito que estes eventos se vão tornar mais comuns, como advento de tecnologias cada vez mais baratas e a importância emergente da realidade virtual”,  diz Hernon.

Beatie Wolfe foi a artista escolhida para abrir os espectáculos porque, para Hernon, é "pioneira em encontrar novas formas de utilizar a tecnologia para se ligar aos fãs". O último álbum, Montagu Square, (além de estar disponível nos formatos tradicionais) vinha como um conjunto de cartões de negócios com informação sobre as músicas e um código possível de ler através do telemóvel para as ouvir.“É por ser artista independente que consigo desenvolver estes projectos. Posso dedicar-me por completo à minha visão", diz Beatie Wolfe que propôs aliar a realidade aumentada à música para tentar motivar as pessoas a ouvir um álbum inteiro do princípio ao fim. 

Com a colaboração com a Bell Labs, o meu álbum deixa as pessoas terem a experiência com uma câmara sem eco ‘ao vivo’ em 360º quer estejam no computador ou no telemóvel”, diz Wolfe. As músicas, agora tocadas pelo gira-disco, foram todas gravadas na câmara anecoica acústica (um espaço sem eco, considerado como um dos "espaços mais silenciosos do mundo"). Em simultâneo, há arte criada pela empresa Design I/O– associada às músicas do álbum – a flutuar do vinil e a rodearem o ambiente.

“Queria criar a antítese da experiência de streaming que temos actualmente em que conhecemos um álbum só a partir dos singles,” explica Wolfe. É, ao mesmo tempo, um álbum futurista (é possível navegar em 360 graus enquanto se ouve) e um retorno ao passado: “Não se pode passar à frente das músicas, repetir a parte preferida, ou parar a meio e recomeçar na mesma parte em que se estava. Quando o público chega à página no Youtube, descobre o álbum a partir do ponto em que está.”

Notícia actualizada para reflectir que foi a artista Beatie Wolfe que propôs o projecto de um concerto de realidade aumentada aos laboratórios Bell. 

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