Confrontos na Venezuela fazem mais uma morte

Jovem de 20 anos tinha sido baleado na cabeça na quinta-feira e não resistiu, elevando para 37 o número de mortos desde o início da vaga de manifestações anti-regime.

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Um venezuelano de 20 anos perdeu a vida depois de ter sido baleado na cabeça, afirmaram autoridades citadas pela agência Reuters. É a 37.ª morte em um mês de manifestações e protestos da oposição contra a administração de Nicolás Maduro. 

Segundo a Reuters, Hecter Lugo foi ferido em Valencia, na quinta-feira, 4 de Maio, durante confrontos entre manifestantes e polícias. Segundo um autarca local, que deu conta do sucedido numa série de mensagens no Twitter, dos mesmos confrontos resultaram, ainda, quatro feridos. Porém, o gabinete local do Ministério Público (MP) acabaria por confirmar a morte de Hecter Lugo.

O MP mantém uma lista actualizada das mortes e detenções bem como de pessoas feridas desde que em Abril irrompeu mais uma onda de protestos contra o governo de Maduro, num contexto de enormes dificuldades para os 30 milhões de venezuelanos: hiperinflação, falta de bens essenciais, desemprego.

Permanecem detidas 152 pessoas e até agora foram contabilizados 717 feridos.

Estátua de Chávez destruída

Na localidade Villa del Rosário, 790 quilómetros a oeste de Caracas, estudantes venezuelanos derrubaram e incendiaram, sexta-feira, uma estátua do falecido Presidente e promotor da revolução bolivariana Hugo Chávez (presidiu entre 1999 e 2013), 

Segundo o presidente do Instituto Municipal do Ambiente, Orlando Finol, enquanto os estudantes derrubavam a estátua do antigo líder socialista, um grupo de manifestantes opositores queimaram uma portagem e teriam ainda causado danos materiais no edifício da Câmara Municipal de Villa del Rosário e nos escritórios de um notário público.

Os opositores protestavam contra a convocatória de uma Assembleia Constituinte, junto da portagem, quando a Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) interveio e reprimiu os manifestantes, que se deslocaram para o centro da povoação, onde mais tarde ocorreram os factos.

Teria sido durante o ataque ao edifício da Câmara Municipal de Villa del Rosário, que "um grupo de estudantes do Liceu Júlio César Salar, aproveitou a situação para derrubar e queimar a estátua do comandante Hugo Chávez" e causar ainda danos na praça onde estava colocada.

Um vídeo divulgado através das redes sociais dá conta do momento em que várias pessoas atiram a estátua para o chão, destruindo-a e pegando-lhe fogo.

Segundo, Bianneris Blanco, diretora do gabinete do alcaide Olegário Martínez, foram ainda roubados equipamentos e materiais da câmara municipal.

Capriles denuncia purga na polícia

Por seu lado, o governador do Estado venezuelano de Miranda, Henrique Capriles, denunciou na sexta-feira que foram detidos 85 oficiais da Direcção de Contra-Inteligência Militar (DGCIM), por alegadamente estarem em desacordo com o modo como actuam as forças de segurança.

"Há um grupo de oficiais, pelo menos 85, que foram detidos e que não estão na sede principal da DGCIM em Boleíta [no leste de Caraca] e foram detidos pelo facto de expressarem o seu descontentamento e de estarem completamente em desacordo com a actuação da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) e da Polícia Nacional Bolivariana (reprimindo manifestações) ", disse aos jornalistas.

O também ex-candidato presidencial da oposição frisou ainda que "estes oficiais fizeram-lhe chegar, através de familiares, esta informação, pedindo para que a fizesse pública".

Segundo Henrique Capriles, há também soldados que solicitaram a demissão, por não quererem continuam com uma situação conflituosa no país, que atribuem ao ministro de Relações Interiores e Justiça, Néstor Reverol.

"Quero somar a estar denúncia (...) que a responsabilidade é do senhor (Néstor) Reverol, que comanda toda a repressão com um custo humano de 37 venezuelanos que foram assassinados", disse.

Além disso, apelou aos venezuelanos para continuarem nas ruas, defendendo a Constituição e combatendo "o processo golpista" do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

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