Um festival de rock às portas do Gerês? Sem problemas, diz Parque Nacional

Empresa recém formada quer juntar o rock ao contacto com a natureza, num festival agendado para 28 e 29 de Julho que tem Paus e Blind Zero como cabeças de cartaz.

O festival realizada num espaço perto do Museu da Geira, em Campo do Gerês
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O festival realizada num espaço perto do Museu da Geira, em Campo do Gerês Nuno Alexandre Mendes
Os Paus são os cabeças de cartaz do primeiro dia do festival
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Os Paus são os cabeças de cartaz do primeiro dia do festival xx direitos reservados
Os Blind Zero fecham o cartaz do segundo dia do Gerês Rock Fest
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Os Blind Zero fecham o cartaz do segundo dia do Gerês Rock Fest mno Miguel Nogueira

“Alguma vez pensou ser possível ter um festival de música rock, no ‘coração’ do Gerês? Talvez isso fosse pedir de mais. Mas não é!” É desta forma que uma empresa recém-criada, a Gerês Events, arranca com a promoção do Gerês Rock Fest, agendado para 28 e 29 de Julho numa área junto à porta de São João do Campo do parque nacional. Os organizadores esperam atrair 3500 a cinco mil pessoas à primeira edição deste evento que, acredita a direcção do parque, não terá impacto relevante nesta área protegida, pois realiza-se em terrenos situados já fora dos seus limites.

Blind Zero e Paus vão ser os cabeças de cartaz do primeiro Gerês Rock Fest, um festival que pretende aliar a música rock às paisagens naturais e humanizadas do único parque nacional do país, explicou ao PÚBLICO Adriano Pereira, um dos fundadores da empresa Gerês Events, criada por um grupo de pessoas interessadas em dinamizar turisticamente o concelho de Terras de Bouro. O município apoia a iniciativa, tal como o Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Caixa de Crédito Agrícola e empresas locais.

Não faltam, no Verão português, festivais de música, mas os organizadores querem ancorar-se na música portuguesa e na localização proposta, que consideram ser uma mais-valia, pela sua proximidade do “santuário” natural. “Queríamos oferecer algo de diferente num concelho muito turístico, mas sem grandes motivos de atracção em termos culturais”, afirma o porta-voz da organização que já tem à venda os bilhetes para o Gerês Rock Fest, para já, e até ao fim de Junho, a 20 euros para os dois dias ou 12,5 e 15 euros para sexta-feira ou sábado.

No último fim-de-semana de Julho, Paus, Smix, Smox Smux, Big Red Panda, Grandfather’s House, Amor Terror, Carolina Drama e Sarilhão Blues Band (no primeiro dia) e Blind Zero, Bed Legs, Malcontent, LaResistance, Ionized, Peppermint twist e Scream4Revolution (no segundo dia) sobem ao palco que vai ser montado num terreno perto do Museu da Geira e da porta de Campo do Gerês do PNPG. Trata-se de um espaço já fora do parque, e destacado também da área classificada como Rede Natura 2000 que o envolve, por se integrar na zona urbana da aldeia por onde se acede à barragem de Vilarinho da Furna e ao estradão que segue para a Mata de Albergaria.

A mata é uma das áreas de protecção integral do PNPG, mas a distância a que o evento se realiza deixa descansado o director do parque, Armando Lacerda, que, num primeiro contacto do PÚBLICO, desconhecia, oficialmente, a realização deste festival. Por estar fora das fronteiras do PNPG, este não carece de qualquer tipo de autorização desta entidade, mas Adriano Pereira garantiu que a organização tinha todo o interesse em articular iniciativas de âmbito ambiental, esperando também aconselhamento sobre formas de minimizar eventuais impactos de um afluxo de pessoas fora do habitual.

Após um primeiro contacto oficial da organização do festival, Armando Lacerda considera que o evento, mesmo que atraia cinco mil pessoas, não terá um impacto significativo na área protegida, que já tem picos de carga com mais gente nos fins-de-semana do Verão, argumenta. E, tendo em conta a proximidade da porta de Campo do Gerês, nota que será assegurado todo o apoio, em termos de informação, para que os festivaleiros possam, durante o dia, usufruir deste “santuário” da natureza, com regras. O festival realiza-se a poucos metros do Parque de Campismo de Cerdeira e de uma pousada da juventude, e não faltam nas aldeias da envolvente propostas de turismo de habitação. E deverá ainda ser providenciada mais área para campismo num terreno pertencente a uma empresa turística da freguesia.

Adriano Pereira espera que o festival dinamize a economia local e as visitas ao parque e que consiga implantar-se na agenda dos festivais de Verão. Assume, porém, que, se as ambições do grupo fundador da Gerês Events se concretizarem, e o evento, no futuro, atrair muito mais do que as cinco mil pessoas esperadas nesta edição inaugural, será necessário procurar uma nova localização, já que a actual não comporta muito mais gente, explicou.     

Cobertura de telemóvel quase total no parque nacional

As três maiores operadoras de telecomunicações, a EDP distribuição, os cinco municípios com territórios no  Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas vão realizar investimentos para reduzir drasticamente, até à época de incêndios, as zonas sem cobertura de rede na área protegida. O protocolo para a realização deste projecto é assinado esta sexta-feira, na porta de Lamas do Mouro do PNPG, em Melgaço, na presença do Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. Esta medida visa “permitir a comunicação entre as forças de segurança” na prevenção e combate aos fogos florestais – que assolaram o parque na última década e deverá também melhorar as condições de segurança dos turistas nos trilhos da Peneda-Gerês. 

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