A ARCOlisboa tem o desejo de se transformar numa "plataforma de difusão internacional de arte"

A Feira Internacional de Arte de Lisboa, na Cordoaria Nacional entre 18 e 21 de Maio, foi apresentada esta sexta-feira. Os organizadores acreditam que a especificidade da cidade que acolhe pode torná-la uma "referência da arte contemporânea".

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Enric Vives-Rubio
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“Uma oportunidade única”. É assim que Eduardo López-Puertas vê a segunda edição da ARCOlisboa – Feira Internacional de Arte Contemporânea, que se realiza entre 18 e 21 de Maio na Cordoaria Nacional. O director da Feira de Madrid (IFEMA), organizadora da ARCOmadrid, acredita que a Feira poderá transformar-se numa “plataforma de difusão internacional de arte” e fazer de Lisboa uma "referência da arte contemporânea" na Europa. Disse-o na conferência de imprensa de apresentação da ARCOlisboa, que teve lugar na manhã desta sexta-feira na Casa de América Latina, uma das entidades parceiras.

Carlos Urroz, director da ARCOlisboa, apontou que as especificidades de Lisboa são um factor determinante naquela crença da equipa organizadora. A feira “está muito vinculada à experiência do lugar”, ou seja, de Lisboa e da sua história. Destacou que a ARCOlisboa acontece tanto na Cordoaria como nas actividades que se desenvolvem fora desse espaço, espalhadas pela cidade.

O sucesso da primeira edição, para a qual eram esperados 10 mil visitantes, mas que acolheu cerca de 13 mil, foi o “principal motor” da realização da agora apresentada, disse Eduardo López-Puertas. O facto de Lisboa ser este ano Capital Ibero-Americana da Cultura contribuirá, afirmaria depois Carlos Urroz, para que “mais gente, mais coleccionadores venham descobrir arte portuguesa” na ARCOlisboa. Nesse âmbito, e entre as actividades paralelas da feira, terá lugar, pela primeira vez em Portugal, o encontro dos Museus da Europa e do Espaço Ibero-Americano, que reunirá, de forma privada, mais de 20 directores.

A edição 2017 contará com a presença de 23 galerias portuguesas, a que se juntarão 35 de outras proveniências. No total serão 13 os países representados. Entre as portuguesas encontram-se as de Cristina Guerra, Pedro Cera, Vera Cortês, Murias Centeno, Quadrado Azul, Pedro Oliveira, Mário Sequeira ou Fonseca Macedo. Entre as presenças internacionais contam-se Elba Benitez, Juana de Aizpuru, Giorgio Persano, Nueveochenta, Vermelho, Monitor ou Zak Branicka.

Acrescem às acima referidas as oito (quatro delas portuguesas) que se apresentarão no âmbito do Opening, uma das novidades de edição deste ano. Trata-se de um programa dedicado às galerias emergentes, leia-se, com menos de sete anos de existência, numa selecção da responsabilidade do curador João Laia – estarão presentes as portuguesas Francisco Fino, Hawaii-Lisbon, Madragoa e Pedro Alfacinha e as internacionais Bwa Warszawa, Dürst, Britt & Mayhem, José Garcia e Narrative Projects.

Na ARCOlisboa cruzar-se-ão artistas emergentes como Renato Leotta e Karlos Gil, outros de prestígio firmado, como Erwin Wurm, José Pedro Croft, João Louro, Sergio Veja, Nathaniel Mellors e Carlos Garaicoa, bem como obras de nomes indispensáveis da arte contemporânea como Pablo Picasso ou Vieira da Silva.

Com financiamento de um milhão de euros e ocupando um espaço semelhante ao do ano de estreia — expande-se este ano também para os pátios da Cordoaria Nacional —, os organizadores pretendem pôr a tónica, não na quantidade, mas na “qualidade” da oferta. O sucesso da primeira edição e o protagonismo que Lisboa tem ganho nos últimos anos contribuiu para a incorporação de galerias importantes, de Berlim ou Madrid, ausentes em 2016. Assim sendo, afirmou Cristina Guerra, haverá nesta edição "mais gente e mais qualidade de oferta", o que terá de servir como estímulo às galerias portuguesas. "Têm que ter cuidado com a qualidade" e continuar a "melhorar para ter lugar na ARCO".

A ARCOlisboa desenvolve também uma série de actividades paralelas, que incluem palestras de Manuel Borja-Villel, James Lingwood e Hans Ulrich Obrist, na Casa da América Latina, a secção As Tables Are Shelves, onde se apresentarão editoras e livrarias portuguesas independentes, ou as sessões diárias Em que Estou a Trabalhar?, protagonizadas por uma vintena de profissionais de vários pontos do globo.

A ARCOlisboa estará aberta ao público das 12h às 20h (até às 18h no dia de encerramento). 

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