"Não há apoios cegos" ao Governo, diz Mariana Mortágua

Entrevistada pela Antena 1, Mariana Mortágua fala sobre salário mínimo, balcões da Caixa e eleições francesas. "Quero que Le Pen perca", assume.

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A deputada bloquista Mariana Mortágua foi entrevistada pela Antena 1 LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

É a porta-voz do Bloco de Esquerda para as questões económicas, mas não é só disso que fala à Antena 1. Na entrevista divulgada esta quita-feira, Mariana Mortágua diz que ainda há muito para cumprir nos acordos com o Governo e que "não há apoios cegos" ao executivo, pelo menos do lado do BE. "Há ainda, e haverá sempre provavelmente, enormes divergências com o PS", sublinha.

É nas questões laborais e financeiras que os bloquistas mais se desentendem com o Governo, assume Mariana Mortágua, defendendo que "ainda há muito no acordo (assinado com o PS) para ser cumprido". Um dos pontos em aberto, por exemplo, é o aumento do salário mínimo nacional. A bloquista rejeita que esse aumento venha a ser, de alguma forma, faseado. "É preciso garantir que esse aumento vem em cada Janeiro, em 2018 e 2019, e nem quero ponderar que não seja assim".

Falando dos bons números da Economia portuguesa, Mariana Mortágua diz esperar que sirvam para dar maior folga na discussão do Orçamento para 2018 em matérias como os escalões do IRS. Passar dos actuais cinco para os antigos oito pode ser um passo de gigante, mas o Bloco pode aceitar a ideia intermédia de haver sete escalões. "Bons números na Economia implicam mais escalões IRS", defende a deputada bloquista.

Sobre a questão que esta semana está a inflamar a pequena localidade de Almeida, no distrito da Guarda, Mariana Mortágua explica que não acampanha as críticas do PSD. "É claro que aquele balcão não deve encerrar se as pessoas pensam que ele é importante naquela comunidade". No entando, a também vice-presidente da bancada do Bloco de Esquerda lembra que "se o PSD estivesse no Governo faria pior, porque a Caixa seria privatizada".

As eleições francesas não ficaram de fora da entrevista que foi dominada pela actualidade nacional, e na qual Mortágua também disse que o relatório do grupo da dívida não representa um amaciar das posições do Bloco sobre o assunto. A bloquista recusou colocar-se na posição dos eleitores franceses, dizendo em que votaria, mas foi clara: "Quero que Le Pen perca, respeito e confio muito em quem já fez o seu voto anti-fascista (em Mélenchon)".

Apesar disso, Mortágua recusa apoiar Macron, acusando o candidato de não fazer qualquer aproximação à esquerda e de apostar em políticas que resultam em "Le Pens e Trumps".

 

 

 

 

 

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