Cristas aconselha Costa a ver impacto das cativações no “terreno”

CDS quer que trabalhadores possam ter uma licença na vida profissional.

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LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

A queixa foi ouvida por dois empresários da indústria metalo-mecânica: falta mão-de-obra qualificada. A líder do CDS-PP entendeu o recado e apontou a responsabilidade às “cativações” impostas pelo Governo que geram falhas na formação profissional. “Talvez o primeiro-ministro precise de ir mais ao terreno para ouvir o que os industriais nos dizem”, afirmou Assunção Cristas aos jornalistas no final da visita a duas fábricas do sector em Vale de Cambra, distrito de Aveiro.

Depois das visitas guiadas às fábricas, a líder centrista quis chamar a atenção para os “cortes de despesa que têm impacto directo” na economia, criticando António Costa por “elogiar” as cativações no Orçamento do Estado, como aconteceu no último debate quinzenal.

“A formação profissional está a ser grandemente abalada pelas cativações de que o primeiro-ministro se orgulha”, afirmou no primeiro dia de jornadas do CDS.

 Neste primeiro dia, a bancada quer fazer sobressair o trabalho como factor de crescimento e prepara já propostas para apresentar no Parlamento ainda este mês. Uma das ideias é a de os trabalhadores poderem, a determinado momento da sua vida profissional, adoptar “uma pausa, uma licença”, para poderem “voltar a frequentar a universidade, se não tiveram oportunidade de o fazer” ou de “reconfigurar a sua carreira profissional”, segundo Assunção Cristas. A proposta ainda está a ser trabalhada, revelou a líder centrista, que não deu mais detalhes.

Nas duas empresas visitadas esta manhã, de pequena dimensão e ambas exportadoras, os responsáveis queixaram-se de falta de mão-de-obra qualificada. Numa delas, que tem França como 60% de destino das suas exportações, um dos gerentes, Alexandre Gomes, deu nota de preocupação com os resultados das eleições presidenciais do próximo domingo. “Se as coisas dão para o lado de lá…”, comentou o responsável sem citar a candidata da extrema-direita Marine Le Pen. Nesta empresa, a Marsilinox, há poucas mulheres a trabalhar – porque o trabalho é "duro" – mas apresenta uma média de idades jovem (cerca de 30 anos). Segundo o mesmo responsável, um "bom" soldador – e há dificuldades em recrutar esses profissionais – ganha 1300 euros mensais. 

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