O objectivo imediato do Centro de Artes Visuais é a “sobrevivência”

O director Albano Silva Pereira considera "um milagre" a subsistência da instituição que sucedeu aos Encontros de Coimbra.

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Exposição Un Certain Regard DR

A exposição Un Certain Regard tem uma data de início, 29 de Abril, mas não tem uma data para terminar. E para além dela não há referências conhecidas do que pode vir a ser a programação do Centro de Artes Visuais (CAV) – Encontros de Coimbra num futuro próximo. Sinais de que, depois da exposição consagrada ao núcleo de fotografia da Colecção Norlinda e José Lima pode não haver mais nada para mostrar no CAV. Albano Silva Pereira, fundador dos Encontros e director daquele centro desde 2003, fala num momento “tristíssimo” para a instituição. E deixa mais um alerta, que se soma a outros que fez recentemente: “Neste momento a prioridade do CAV é, de facto, a sobrevivência. A instituição está em risco de fechar, como fechou a Cornucópia, como fecharam outras.”

Depois de ter experimentado um formato bienal sob o título Projecto Mnemosyne, na XIX edição, em 2000, os Encontros de Fotografia de Coimbra nunca mais regressaram. Três anos depois foi inaugurado no Pátio da Inquisição o CAV, cujo protocolo de financiamento previa custos repartidos entre a autarquia local (200 mil euros) e o Ministério da Cultura (300 mil euros). Mas ao longo dos anos esses valores definharam até à situação de incerteza que o CAV enfrenta hoje (não tem sequer um site a funcionar). Albano Silva Pereira lamenta que a equipa do Ministério da Cultura “nunca” tenha visitado o centro que dirige e considerada “surpreendente” o impasse que a instituição atravessa tendo em conta “tudo o que este Governo disse sobre a Cultura”. “Neste país, como noutros, a fotografia, como outras artes, não existe se não houver financiamento público. [A subsistência do CAV] é um milagre! A fotografia neste país tem sido um parente pobre.”

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