Milhares de trabalhadores do comércio e serviços aderiram à greve do 1.º de Maio

O CESP afirma que as razões da greve incluem a precariedade e a luta pelo aumento dos salários.

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A greve afecta supermercados como o Lidl Nuno Ferreira Santos

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (Cesp) afirmou que “milhares de trabalhadores” de lojas e armazéns do Lidl, Dia/Minipreço, Continente, Pingo Doce e Armazéns Jerónimo Martins, Auchan/Jumbo aderiram à greve do feriado de 1.º de Maio.

O Cesp assinala que os trabalhadores do comércio, escritórios e serviços estão nesta segunda-feira em luta no 1.º de Maio contra a precariedade e pelo aumento dos salários, horários regulados, correcção da injustiça nas carreiras profissionais dos operadores de armazém e negociação do contrato colectivo de trabalho.

“Trabalhadores da grande distribuição, das IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e Misericórdias e de muitas outras empresas do comércio e serviços aderiram à greve decretada pelo Cesp para este dia 1.º de Maio”, refere o comunicado do sindicato.

O sindicato refere, entre outros exemplos de adesão, que no armazém do Lidl Marateca mais de 50 trabalhadores estão concentrados à porta e só entraram ao serviço trabalhadores de empresa de trabalho temporário, "curiosamente admitidos na última semana".

No armazém do Lidl de Torres Novas, há também "uma grande concentração de trabalhadores à porta", afirma o sindicato, especificando que "dos 92 escalados, apenas dez, e alguns com contrato temporário (também admitidos na semana passada), entraram ao serviço".

O Cesp destaca, também, a adesão de 100% na frente de Loja Jumbo de Setúbal, onde diz que estão "apenas três caixas e alguns balcões a funcionar com chefias" e "o director da loja está 'a tomar conta' das caixas Quick (adesão global na loja mais de 40%)".

Já na Loja Jumbo de Alverca, o sindicato avança que mais de 50% dos trabalhadores estão em greve e na Loja Continente da Arrábida (Porto) a adesão ronda os 30%.

Por sua vez, o Dia/Minipreço tem "dezenas de lojas encerradas em todo o país e muitas outras com horário reduzido pela falta de trabalhadores", relata o Cesp.

Na Santa Casa da Misericórdia de Chaves, a adesão é muito elevada, sendo que os trabalhadores que estão ao serviço estão a prestar os cuidados indispensáveis aos utentes internados, diz o Cesp.

Em dezenas de IPSS e Misericórdias, nos distritos de Braga, Santarém, Viana do Castelo, entre outros, o Cesp diz que o cenário é parecido, havendo "grande adesão dos trabalhadores à greve pelo aumento dos salários e negociação das convenções colectivas de trabalho e pelo pagamento em dobro do trabalho normal prestado em dia feriado".

Em paralelo ao Cesp, também o Sindicato dos Trabalhadores dos Serviços e Comércio (Sitese), filiado da UGT, marcou uma greve para esta segunda-feira para os trabalhadores das empresas de distribuição, que querem gozar o feriado de 1 de Maio, melhores condições de trabalho, o fim da precariedade e o respeito pela negociação colectiva.

De acordo com um comunicado do sindicato, a paralisação marcada para o Dia do Trabalhador abrange os funcionários das empresas filiadas na Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

A Lusa tentou contactar o Sitese, mas tal ainda não foi possível até ao momento, e aguarda também um comentário da APED sobre esta greve.

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