Polanski acrescentado ao Festival de Cannes: A Partir de uma História Verdadeira

A entrada do filme de Polanski na selecção oficial do festival ocorre poucos meses depois de o cineasta ter sido obrigado a renunciar ao cargo de presidência dos Césares.

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É um thriller, o último filme de Roman Polanski, e vai integrar a selecção oficial, fora de competição, do Festival de Cannes. A Partir de uma História Verdadeira adapta o livro de Delphine de Vigan (Quetzal Editores), argumento escrito por Olivier Assayas e Polanski. Eva Green e Emmanuelle Seigner compõem a infernal dupla, uma escritora célebre (Seigner) e uma amiga (Green), relação de fascínio que se tornará tóxica – uma “jóia de perversidade e de reflexão sobre a criação literária”, escreveu-se neste jornal por altura da edição portuguesa do livro.

A entrada do filme de Polanski acontece poucos meses depois de o cineasta ter sido obrigado a recusar o cargo de presidente dos Césares, os prémios máximos da indústria francesa, devido a protestos de grupos feministas – são  sequelas da acusação de Polanski por um crime de violação ocorrido em 1977 nos Estados Unidos, de onde fugiu para escapar à prisão. O advogado do realizador, 83 anos, continua a tentar que o seu cliente possa regressar aos Estados Unidos sem que seja ameaçado pela justiça americana, mas o pedido tem sido negado.

O filme do cineasta não é o único a juntar-se ao programa de Cannes 2017 – ritual que tinha sido previsto no anúncio da programação. The Square, de Ruben Ostlund (Force Majeure, prémio Un Certain Regard em 2014) vai para a competição. E a secção Un Certain Regard é acrescentada com La Cordillera, de Santiago Mitre (Prémio da Semana da Crítica, em 2015, com Paulina), e com Walking Past the Future, de Li Ruijun. Le Venerable W., de Barbet Schroeder, e Carre 35, de Eric Caravaca, serão exibidos em sessão especial. Uma homenagem a André Téchiné levará a Cannes o seu novo filme Nos Anées Folles.

Les Fantômes d'Ismaël, de Arnaud Desplechin, abre a 17 de Maio a 70.ª edição do festival. Em competição estão os novos filmes de Sofia Coppola, Jacques Doillon, Michael Haneke, Todd Haynes, Hong Sang-Soo, irmãos Safdie, François Ozon ou Yorgos Lanthimos.

Uma longa-metragem portuguesa, A Fábrica de Nada, de Pedro Pinho, e três curtas nacionais foram selecccionadas para secções paralelas.

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