Com as leis anti-imigração de Trump, o tráfico humano pode aumentar radicalmente

Uma professora universitária alertou para o facto de as políticas anti-imigração contribuírem para o aumento de empregadores e condições de trabalho abusivas.

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Donald Trump prometeu alargar o muro na fronteira com o México e apertar as leis contra a imigração ilegal Reuters/KEVIN LAMARQUE

Na sequência das políticas anti-imigração do Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o tráfico humano vai “aumentar exponencialmente”, alertou Denise Brennan, numa conferência sobre tráfico e escravidão nos Estados Unidos, realizada esta terça-feira. “As políticas que levam os migrantes a viver e a trabalhar na sombra, tornando-se a presa ideal para empregadores abusivos”, afirmou a professora da Universdade de Georgetown.

Com a crise dos refugiados e uma constante preocupação com o terrorismo, têm aumentado as leis e os discursos contra a imigração. Nos Estados Unidos, por exemplo, o Presidente Donald Trump mantém a sua promessa de lutar contra a imigração ilegal e de construir um muro na fronteira entre a potência americana e o México. “Não podemos lutar contra o tráfico quando os migrantes têm medo de denunciar casos de exploração e abuso”, avisou Dennam na conferência Trust Conference/American Forum. 

Desde que é Presidente, Donald Trump já autorizou uma proibição temporária para impedir a entrada de cidadãos de sete países maioritariamente muçulmanos nos EUA; suspendeu ainda um programa de apoio a refugiados e intensificou os processos de deportação.

Estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas vivam ilegalmente e sem documentos naquele país. “Estas pessoas não têm para onde se virar”, afirmou Brennan, autora do livro Life Interrupted: Trafficking into Forced Labor in the United States que se debruça sobre a exploração mercantil e o tráfico de seres humanos.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho, existem cerca de 21 milhões de pessoas vítimas de trabalho forçado, obrigadas a trabalhar sem salário por serem ameaçadas, por estarem afundadas em dívidas ou por não terem outra alternativa. A investigadora Denise Brennan considera que, nos EUA, existe muito pouco interesse político para identificar e resolver estes casos. 

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