Depois dos estudantes, movimento “Não Lixes…” quer sensibilizar peregrinos

Campanha para reduzir lixo deitado ao chão nos caminhos de Fátima arranca esta semana em Coimbra.

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PAULO PIMENTA

O movimento “Não Lixes…” quer diminuir o lixo no chão nos caminhos até Fátima. Depois de anos a tentar convencer os estudantes a não atirar os carrinhos de compras para o rio Mondego no fim dos cortejos das festas académicas de Coimbra e a tentar desenvolver a sua consciência ecológica, o movimento cívico quer sensibilizar os peregrinos.

Fernando Jorge Paiva, dinamizador do grupo de ambientalistas, explica que a campanha “Não Lixes… A tua caminhada – Põe o lixo nos contentores” passa pela disposição de meia de centena de contentores ao longo de 25 quilómetros no concelho de Coimbra, nos trajectos mais utilizados por quem vai a pé até Fátima.

Os contentores, que terão colados cartazes alusivos à iniciativa, são instalados a partir já desta semana e vão lá ficar até à data de maior afluência ao santuário, o dia 13 de Maio. Para já são apenas colocados no município de Coimbra.

 À margem da conferência de imprensa de apresentação da campanha, que decorreu nesta quarta-feira no Parque Verde, Fernando Jorge Paiva explica ao PÚBLICO que ainda só teve resposta afirmativa da autarquia conimbricense ao pedido de apoio. Aguarda ainda resposta de Pombal e Leiria, sendo que o Santuário já se “mostrou receptivo à ideia, no sentido de a divulgar”.

A ideia da iniciativa surgiu em 2016 por “acidente”, conta o activista. Dois membros do movimento fizeram a caminhada entre Coimbra e Fátima em dias chuvosos e parte do percurso (de Coimbra a Pombal) foi feita pela Estrada Nacional 1, sendo que o restante foi feito pela mata.

Ao longo do caminho, recorda, depararam-se com “enormes quantidades de lixo”. Os mais comuns eram guarda-chuvas, impermeáveis descartáveis e garrafas de plástico. Mas havia outros materiais, como fraldas para adultos, “que são mais nocivos para o ambiente”.

Em ano de centenário, da canonização de dois dos pastorinhos e com a vinda do Papa Francisco, o número de peregrinos a percorrer os caminhos até ao santuário aumenta. O mesmo deve acontecer com o lixo. “Independentemente de vir cá o santo padre ou não nós já íamos fazer” a campanha, afirma o ambientalista.

O lixo deitado ao chão fica em “sítios de difícil acesso”, como as bermas da estrada ou no meio das matas. “A não ser que haja muito boa vontade o lixo fica lá”, lamenta.

O movimento “Não Lixes…” nasceu em 2014, em Coimbra, e tem vindo a dinamizar várias iniciativas de sensibilização ambiental, com destaque para as festas académicas da cidade e para a conservação do rio Mondego. 

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