Trump já prepara a saída dos EUA do NAFTA

Presidente norte-americano ultima decreto que poderá romper com o acordo de comércio livre com o México e o Canadá.

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Reuters/CARLOS BARRIA/Arquivo

Donald Trump prepara-se para assinar um decreto presidencial para iniciar o processo de retirada dos EUA do Tratado de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês) com o Canadá e o México, estando a redacção do documento já numa fase final, noticia esta quarta-feira o New York Times citando uma fonte oficial da Administração.

Numa altura em que ainda não se conhece o conteúdo do decreto, o jornal indica que o documento poderá desencadear um pedido formal de retirada do acordo que abre uma janela temporal de seis meses para discutir uma possível renegociação dos termos do tratado.

Este acordo de comércio livre, que entrou em vigor em 1994, durante a presidência de Bill Clinton, procurou renovar ou reestruturar as relações comerciais entre EUA, México e Canadá, eliminando, de forma imediata ou gradualmente, as tarifas sobre uma grande quantidade de bens transaccionados no continente. Mas durante a campanha presidencial, Trump criticou duramente o acordo, considerando que este lesa os interesses norte-americanos.

Apesar de o decreto ainda estar a ser preparado, a possível retirada ou a renegociação do tratado comercial já valeu críticas de republicanos e democratas. Segundo o Politico, que também confirmou a informação sobre a medida através de duas fontes da Casa Branca, pelo menos quatro destacados senadores republicanos criticaram o projecto legislativo. Um deles, John McCain, do Arizona, recorrente nas críticas a Trump, diz que esta acção terá “o pior impacto possível” no seu estado, argumentando que a retirada dos EUA seria “lamentável e um desastre”. Esta opinião é partilhada por outro republicano do Arizona, Jeff Flake.

Lindsey Graham, também republicano e da Carolina do Sul, é mais brando nas críticas, afirmando que uma renegociação “faria sentido”, mas não uma retirada total da zona de comércio livre. Por seu turno, Orrin Hatch, líder da comissão de Finanças do Senado, e também republicano, afirmou que terá, primeiro, de “ver o que eles estão a tentar fazer” para depois emitir uma opinião.

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