Google combate notícias falsas com mudanças no algoritmo de pesquisa

As alterações no algoritmo de pesquisa e a adição de novas ferramentas de denúncia visam resultados de maior qualidade para os utilizadores do motor de busca.

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Página principal do motor de busca Google Eric Gaillard/Reuters

O combate do Google às notícias falsasjá começou. Esta terça-feira, a empresa anunciou o lançamento de novas ferramentas que permitem que os utilizadores do motor de busca denunciem conteúdo ofensivo ou enganador. O Google prometeu ainda melhorar os resultados gerados pelo seu algoritmo.

As novas ferramentas vão permitir actuar sobre o que se escreve na barra de pesquisa. Muitas vezes, logo após a escrita dos primeiros caracteres na barra de pesquisa, o motor de busca sugere uma lista de nomes ou frases para completar a pesquisa de forma mais rápida e eficiente. Contudo, alguns desses resultados estão incorrectos ou são insultuosos. Assim, os utilizadores terão agora a oportunidade de preencher um pequeno questionário sobre que resultados devem ser modificados e porquê.

Ben Gomes, vice-presidente de engenharia da empresa, comentou as alterações numa publicação no blogue do Google e explicou a necessidade das novas ferramentas com o "enorme" fluxo de conteúdo que chega à Internet todos os dias: “Num mundo onde dezenas de milhares de páginas aparecem online a cada minuto diário, as pessoas encontraram novas maneiras de brincar com o sistema”, disse citado pelo The Guardian. “O mais famoso destes problemas é o fenómeno das notícias falsas, em que o conteúdo da web contribuiu para a divulgação de informação claramente enganadora, de baixa qualidade, ofensiva e falsa.”

O executivo explicou ainda que os mecanismos de feedback foram construídos de modo a “incluir categorias claramente definidas para que todos consigam informar-nos directamente se encontraram conteúdo sensível ou inútil.” Relativamente às mudanças no algoritmo de pesquisa, Ben Gomes sublinhou que um dos objectivos das modificações é o de dar prioridade a páginas oficiais: “Ajustamos os nossos sinais para ajudar a trazer para a superfície mais páginas oficiais e despromover conteúdo de baixa qualidade (…) para que problemas semelhantes aos de Dezembro em que resultados que negavam o Holocausto vieram à tona tenham menos probabilidades de se repetirem.”

As mudanças surgem após meses de pressão sobre o Google relativamente a resultados ofensivos e de baixa qualidade na sua barra de pesquisa, devido, por exemplo, a sugestões automáticas que promovem a ideia de que o aquecimento global é uma farsa.

No final de 2016, a empresa foi acusada de promover o extremismo após ser divulgado pelo jornal britânico The Guardian que a pesquisa sobre se o Holocausto aconteceu, ao escrever a frase “did the Holocaust happen” tinha como primeiro resultado o link para a página racista Stormfront. O artigo apresentado é uma lista de dez razões que negam o que aconteceu a milhões de judeus durante o regime nazi. Actualmente, este artigo da Stormfront continua a ocupar o primeiro lugar da mesma pesquisa.

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