Portugal está a viver momento de estabilidade e pacificação, diz Marcelo

Presidente da República discursou para mil jovens em Viana do Castelo e incentivou-os a estudar - porque "qualificados têm maior saída profissional".

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LUSA/Arménio Belo
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Estabilidade e pacificação, sim; mas não unanimismo – esta é a avaliação que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, fez este sábado, em Viana do Castelo, do clima político que se vive em Portugal. "Nós estamos a viver hoje, em Portugal, um momento que eu considero ser um momento de estabilidade e pacificação. De estabilidade das instituições e de pacificação na sociedade portuguesa, que não quer dizer unanimismo. Cada um pensa pela sua cabeça e tem ideias diferentes. Mas temos de saber construir todos os dias essa pacificação, essa solidariedade. Todos os dias", vincou o chefe de Estado.

"E o papel fundamental pode também ser o vosso, porque vocês têm condições de vida que outros não têm", afirmou o Chefe de Estado, que discursava perante mais de mil jovens reunidos no 15.º Encontro Nacional de Associações Juvenis (ENAJ), que decorre até domingo naquela cidade. Marcelo Rebelo de Sousa falava de solidariedade e inclusão social, uma das cinco questões que disse preocuparem a juventude portuguesa, a par do emprego, da relação com a política, do ambiente e do relacionamento com uma sociedade envelhecida.

O Presidente da República manifestou-se ainda confiante de que dentro de dez anos haverá mais emprego, e apelou a uma maior qualificação dos jovens como forma de encontrarem mais saídas profissionais. "Primeira pergunta: vai haver lugar ou não no Portugal futuro, a começar no futuro imediato, para aquilo que é o sonho de cada um em termos de começo da sua vida profissional e comunitária? A minha resposta é: vai, vai", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que o país "saiu de uma crise com muito desemprego e, sobretudo, com muito desemprego jovem", e que agora surgem "os primeiros resultados de criação de emprego e de diminuição de desemprego". "A actividade económica, disse ontem o Banco de Portugal, acelera de mês para mês. Há cinco meses que há uma tendência ascendente. Mas há coisas que vocês podem fazer: podem e devem qualificar-se ainda mais. Permanentemente. Mais qualificados têm maior saída profissional", aconselhou.

O Presidente da República apelou ainda a mais inovação e empreendedorismo, sublinhando que os jovens "podem e devem apostar num contributo para a criação de emprego". "Eu acredito que daqui por dois, três, quatro, cinco, dez anos haverá mais e melhores condições para responder a essa vossa pergunta: eu tenho a saída profissional, pessoal e comunitária que sonhei?", acrescentou.

O Chefe de Estado mostrou-se "optimista - não irritantemente optimista, mas realisticamente optimista" -, por considerar que Portugal "é um país excepcional" que "passa às vezes o tempo a minimizar o que faz". Ainda assim, destacou, "todos os dias" há notícias do sucesso dos portugueses no país e no estrangeiro. "De vez enquanto dizem-me 'lá está o Presidente a exagerar, lá está o Presidente a criar ilusões, lá está o Presidente a dizer isto para nos sentirmos melhor'. Não, eu digo isto porque sinto, porque sei, porque vejo", replicou.

Marcelo apelou ao amor-próprio e à auto-estima dos portugueses. "Não é que não haja aspectos negativos a corrigir, não é que não haja erros, fracassos; mas há sucessos e vocês devem liderar a luta por esses sucessos", incentivou os jovens.

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