Sector da construção está em alta na zona euro

Em seis meses Portugal passou de um índice de variação negativa de 2,6% para uma variação homóloga positiva de 3% no final de Fevereiro de 2017

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ric ricardo campos

O sector da construção na Europa, que esteve a braços com uma prolongada crise em vários países da zona euro, está agora a dar fortes sinais de recuperação. De acordo com o boletim de estatísticas europeu, o Eurostat, a produção no sector da construção cresceu 6,9% nos países da zona euro em Fevereiro de 2017 face ao mês anterior, alavancado pelos fortes progressos no sector de engenharia (que cresceu 10,1%), até mais do que no segmento dos edifícios (cresceu 4%).

Se alargarmos as análises estatísticas aos 28 países que integram a União Europeia, o crescimento é ligeiramente menos expressivo: a produção cresceu no global 4,4%, devido ao desempenho de 5,5% na engenharia civil e de 4% no segmento de edifícios.

Ainda mais relevante do que estas comparações com o mês anterior poderá ser a análise ao desempenho em termos homólogos, permitindo os dados do Eurostat constatar que, no caso português, o sector da construção passou de um índice de produção negativo, em termos homólogos de 2,6% em Setembro da 2016, para uma taxa de crescimento positiva de 3%, assinalada em Fevereiro de 2017.

Depois de mais de uma década de ajustamento, com o desparecimento de muitas empresas e de milhares de postos de trabalho, o sector da construção, que ainda continua a representar metade do investimento público nacional, está agora a trilhar terreno positivo, também no segmento das obras públicas. A recuperação do sector começou a ser feita sobretudo na construção residencial, alavancada pelo movimento de reabilitação urbana que teve o sector privado como principal motor. Mas, segundo o ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, o investimento público vai agora associar-se ao dinamismo privado. Segundo a apresentação que fez de todos os projectos e iniciativas para o sector da construção e do imobiliário, Pedro Marques referiu que a soma das respectivas intenções de investimento, público e privado, atinge os 13,5 mil milhões de euros nos próximos anos.

Esta soma é atingida com os investimentos superiores a cinco mil milhões de euros na área dos transportes (ferrovia, portos, metros, aeroportos), mil milhões no sector das águas e 500 milhões na área do regadio, entre outros. O ministro contabilizou ainda em 700 milhões de euros o volume de investimentos na área da construção que envolvem todas as candidaturas empresariais que já mereceram incentivos no âmbito dos fundos comunitários.

Os resultados positivos que o sector português já começa a evidenciar nas estatísticas está, porém, ainda longe de atingir os níveis de crescimento registados em Fevereiro de 2017, face ao mesmo mês do ano anterior, que estão a ser manifestados, por exemplo, na Eslovénia (cresceu 21,4%), na Hungria (15,1%), na Suécia (13,2%) ou até mesmo na Alemanha (11,6%). Os países que enfrentam as maiores taxas de variação negativas são a Eslováquia (-10,6%), a República Checa (-5,5%) e a Polónia (-5,1%).
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