Morreu Mika Vainio, o experimentador sonoro dos Pan Sonic

Últimas actuações do músico finlandês em Portugal já tinham sido canceladas por motivos de saúde.

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O músico finlandês Mika Vainio, conhecido pelas sonoridades electrónicas experimentais do projecto Pan Sonic, morreu esta quarta-feira em França, aos 53 anos. A notícia foi confirmada por familiares e amigos, mas não se conhecem mais detalhes acerca da sua morte.

Depois de ter tocado em bandas experimentais como os Gagarin-Kombinaatti, Vainio acabou por deixar a sua marca na música electrónica mais exploratória com os Pan Sonic (originalmente conhecidos como Panasonic). O projecto formou-se em 1993, com Vainio a surgir ao lado de Ilpo Väisanen e Sami Salo. Este último viria a abandonar o projecto em 1996, depois do álbum de estreia, Vakio, editado em 1995. Desde 1994 lançaram a sua música na editora Sähko, que o próprio Vainio fundara um ano antes. Vainio e Väisänen continuaram a trabalhar como Pan Sonic quase até ao presente, tendo lançado clássicos das electrónicas como os álbuns Kulma (1997), A (1999) ou Kesto (2004).

O seu percurso definiu-se pela exploração das possibilidades de textura e dinâmica do som, para isso retorcendo instrumentos, ou recorrendo à utilização de meios electrónicos desenhados pelos próprios. Em 1988 colaboraram com Alan Vega (Suicide) no álbum Endless, com a designação VVV, e no ano passado deram a conhecer a banda-sonora para o filme Atomin Paluu, apesar de no final de 2009 terem anunciado que se iriam focar apenas em projectos a solo. Para além dos Pan Sonic, Vainio produziu de facto também uma vasta colecção de material em nome próprio e sob outras designações como Ø e Philus. Ao longo dos anos, foi explorando no seu trabalho diversos ângulos do tecno, industrial, noise e outras coordenadas da electrónica, tendo colaborado com nomes como Charlemagne Palestine, Fennesz, Merbow, Jimi Tenor (projecto Kosmos), Keiji Haino ou Franck Vigroux.

Os Pan Sonic estiveram pela primeira vez em Portugal em 2000 no contexto do festival Número que se realizou em Lisboa. Em Fevereiro deste ano estavam previstas três actuações do finlandês em Portugal (Lisboa, Porto e Viseu), para a apresentação dos temas de Mannerlaatta (2016), o seu último trabalho a solo, mas os espectáculos viriam a ser cancelados, segundo a organização, por motivos de saúde.

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