Quando os eventos ou equipas desportivas se transformam no alvo

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Os ataques de Novembro de 2015, em Paris, rondaram o Estádio Saint Denis, onde se jogava o França-Alemanha Reuters/JACKY NAEGELEN

A lista de ataques a eventos ou equipas desportivas continua a crescer com lamentável regularidade, mas há um traço comum aos vários incidentes: de uma ou outra forma, os valores do desportivismo saíram reforçados. Isso foi flagrante no caso do ataque ao autocarro do Borussia Dortmund, na terça-feira, com inúmeros simpatizantes do emblema alemão a oferecerem estadia aos adeptos franceses do Mónaco que tinham viajado para a Alemanha para assistir ao encontro entre as duas equipas, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões.

O futebol, e a Champions em particular, voltaram a ser colocados em alerta tal como em Maio de 2002, em Madrid. Algumas horas antes da segunda mão da meia-final entre Real Madrid e Barcelona, a organização separatista basca ETA fez explodir dois carros-bomba nas imediações do Estádio Santiago Bernabéu, provocando 19 feridos. A partida não seria adiada: “Nada nem ninguém fará o Governo e a sociedade espanhola desviar-se do objectivo de derrotar o terrorismo”, sublinhou o então chefe do Executivo, José María Aznar.

Em Novembro de 2015, em simultâneo com os ataques à sala de espectáculos Bataclan e outros locais públicos que provocaram 130 mortos, foram ouvidas no Stade de France três explosões quando decorria o França-Alemanha. Dias depois, o risco de atentado levou ao cancelamento do jogo Bélgica-Espanha, em Bruxelas, e em Hanôver, por razões de segurança, também não se realizou o Alemanha-Holanda. Antes, em Abril, na Turquia, o autocarro do Fenerbahçe fora atingido por disparos que feriram o motorista depois de um jogo no terreno do Rizespor.

A selecção do Togo foi alvo de um ataque dias antes do início da Taça das Nações Africanas 2010, em Angola. O autocarro da equipa foi alvejado no enclave de Cabinda, com morte imediata de um adjunto, do assessor de imprensa e do motorista. Vários elementos ficaram feridos, incluindo dois futebolistas, e o Togo abandonou a prova.

O episódio mais negro na história dos Jogos Olímpicos, aconteceu em Munique 1972, quando um grupo da organização palestiniana Setembro Negro invadiu os alojamentos da comitiva israelita na aldeia olímpica e fez 11 reféns. O incidente provocou 17 mortos, entre atletas, terroristas e polícia. Passados 24 anos, em Atlanta, horas antes da cerimónia de abertura, uma bomba explodiu na Praça Centenário. Duas pessoas morreram e mais de uma centena sofreu ferimentos.

Duas bombas colocadas perto da meta da maratona de Boston mataram três pessoas em 2013 e deixaram 264 feridas. Os irmãos chechenos Tamerlan e Dzhokar Tsarnaev foram os autores do atentado: o primeiro foi abatido durante a caça ao homem que se seguiu e o segundo condenado à morte depois de capturado. Em 2008, o Dakar foi cancelado devido às ameaças directas lançadas contra a prova por movimentos terroristas. Desde então o rali não se corre em África.

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