Um “Escola Segura” para as universidades?

Universidade do Porto tem polícia de proximidade desde 2001. Mas há outros projectos a serem preparados pela PSP e GNR no resto do país. Uma espécie de "Escola Segura" das universidades

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O Pólo da Asprela da UP tem o único programa de policiamento dirigido ao superior (Paulo Pimenta)

O Pólo da Asprela foi o primeiro projecto de policiamento a pensar nos estudantes do ensino superior e continua a ser o único a funcionar em pleno. Mas há outros a serem preparados pela PSP e GNR no resto do país. Uma espécie de "Escola Segura" das universidades.

Quando a equipa de policiamento de proximidade da PSP foi criada em 2001 junto ao Pólo Universitário do Porto, no campus da Asprela, não estava apenas vocacionada para a universidade, mas também para o Hospital São João e o Instituto Português de Oncologia.

“Não era única e exclusivamente para a universidade mas já havia preocupação com a população estudantil universitária”, disse ao PÚBLICO fonte oficial do Comando da PSP do Porto. Mas, rapidamente, com a expansão da universidade, a atenção dada à comunidade estudantil passou a ser central. Actualmente, o policiamento junto das universidades também está dirigido para o Pólo Universitário do Campo Alegre.

Numa área onde estão 17 faculdades e cerca de 43 mil estudantes, a PSP pode ser chamada ao interior para resolver conflitos, furtos ou outras ocorrências mas também organiza, em parceria com a universidade e junto dos alunos, acções de sensibilização.

Na altura em que o pólo foi criado, as situações mais frequentes eram os furtos no interior de viaturas, os roubos e os assaltos, o pequeno tráfico e consumo de estupefacientes. Continuam a acontecer, em menor grau. E tráfico de droga na universidade? “Pode haver situações mas não estão no topo das preocupações”, diz a mesma fonte.

Em Lisboa, o projecto "Futuro em Segurança", para “melhorar todos os aspectos da segurança da comunidade universitária na região de Lisboa”, está ainda em fase de desenvolvimento. “O projecto já está estruturado e foi remetido à direcção nacional para validação”, segundo fonte oficial do Comando Metropolitano da PSP de Lisboa.

Segundo a mesma fonte, “trata-se de uma iniciativa muito semelhante ao projecto 'Escola Segura' [que existe para escolas do ensino básico e secundário], agora dirigido a uma outra faixa etária de estudantes e com temas e conteúdos adaptados à realidade do ensino superior e à situação concreta” de cada universidade.

“A PSP propõe que sejam abordados um conjunto de temas relacionados com a segurança, a prevenção criminal e acções de sensibilização para determinados tipos de crime e comportamentos de risco”, explica a mesma fonte, sem esclarecer se a questão da prevenção do tráfico de droga nas faculdades ou residências universitárias se coloca de forma concreta ou se esse é um dos motivos por que a PSP está a avançar para esta iniciativa.

Também o programa da Guarda Nacional Republicana (GNR) "Universidade em Segurança", “actualmente em fase de planeamento, tem como principal objectivo a garantia de uma segurança mais próxima de toda a comunidade universitária, incluindo as áreas envolventes dos estabelecimentos de ensino superior”, explicou o capitão Ricardo Silva, chefe da comunicação da GNR. “O programa tem o seu lançamento previsto ainda no decorrer do presente mês.”

Este programa, sendo autónomo do programa "Escola Segura", visa “uma aproximação preventiva e proactiva a estas instituições de ensino, procurando antecipar problemas no âmbito da segurança”.

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