Para entrar na China, “é preciso capacidade produtiva e qualidade”

O gestor Paulo Lima de Carvalho foi à China procurar alargar a rede de investidores. Percebeu que a forma de fazer negócios lá é radicalmente diferente. E aponta dois factores para expandir os negócios para a Ásia: "Quantidade e qualidade".

Paulo Lima de Carvalho tem 35 anos. No ano passado abraçou a tempo inteiro o projecto Connect4Global, uma empresa que trabalha com uma rede privada de investidores e parceiros na China, em Macau e no Médio Oriente, assumindo as funções de managing director. É também accionista e chief business development officer da Oncostats, a startup que pretende inovar nos tratamentos oncológicos.

Por isso mesmo o programa "China Start" assentava que nem uma luva neste empresário português. Se no caso da Connect4Global a razão é óbvia, tendo em conta o perfil e objectivos da empresa, já em relação à Oncostats a questão coloca-se devido ao mercado chinês que é “muito interessante, pelo volume, pela dimensão e número de casos oncológicos”, explicou Paulo Lima de Carvalho em entrevista ao PÚBLICO na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, instituição que, em conjunto com a Cheung Kong Graduate School of Business (CKGSB), levou uma série de startups portuguesas à China.

O objectivo inicial desta viagem de três semanas era “trabalhar a rede de investidores” que estejam “dispostos a investir na Europa e em empresas portuguesas”, explica Paulo Lima de Carvalho. Ou seja, e na prática, o objectivo é perceber “as áreas em que eles querem investir para poder apresentar-lhes oportunidades de investimentos portugueses e europeus”. E um desses focos de interesse tem movimentado milhões para a Europa e levado alguns dos melhores desportistas do mundo para a China: o futebol. “O futebol é claramente um mercado a trabalhar que está a rebentar. Acho que é a altura de se entrar neste mercado porque efectivamente as coisas estão a acontecer de forma muito rápida”, garante o empresário.

Desta forma, diz, “estamos já a trabalhar em algumas parcerias. Estamos já a negociar eventos de legends – eventos com antigos jogadores. Falamos de Luís Figo, Cannavaro, David Beckham”, entre outros. Tudo para levar estas antigas estrelas do futebol mundial a disputarem um jogo em território chinês. Mas também “há muito interesse em campanhas comerciais com jogadores, quer sejam legends quer sejam jogadores no activo”, academias de futebol, plataformas de scouting e “identificação de talento na China”, explica.

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