EUA enviam porta-aviões para a península coreana

Movimento é resposta às novas provocações da Coreia do Norte, que recentemente realizou um teste de um míssil de médio alcance e fez testes com motores de mísseis.

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O porta-aviões Carl Vinson tem estado em exercícios de rotina no sul da China Reuters/© Erik de Castro / Reuters

Os Estados Unidos ordenaram a mobilização do porta-aviões USS Carl Vinson para águas perto da Coreia do Norte, como resposta aos vários testes de mísseis de Pyongyang, avança o canal norte-americano CNN.

Fontes do Pentágono confirmaram à CNN que o almirante Harry Harris, chefe do Comando do Pacífico, ordenou a mobilização do porta-aviões da classe Nimitz e de toda a sua frota de ataque para águas próximas da península coreana.

O Carl Vinson, sob controlo da Terceira Frota (Pacífico Oriental), suspendeu uma visita prevista à Austrália e vai voltar a dirigir-se a águas próximas da Coreia do Norte, onde já esteve destacado há cerca de um mês para participar em manobras militares anuais com a Coreia do Sul.

O grupo de ataque inclui o porta-aviões Carl Vinson, dois contratorpedeiros de mísseis guiados e um cruzador de mísseis guiados. Além do poder de ataque maciço, o grupo transportador tem a capacidade de interceptar mísseis balísticos, acrescenta a BBC.

Fontes da Defesa citadas pela CNN asseguraram que o movimento é uma resposta às novas provocações do regime comunista da Coreia do Norte, que há dias realizou um teste de um míssil de médio alcance e fez testes com motores de mísseis.

"A principal ameaça na região continua a ser a Coreia do Norte, devido ao seu programa imprudente, irresponsável e desestabilizador de testes de mísseis e procura de capacidade de armas nucleares", disse o porta-voz do Comando Paífico dos EUA, Dave Benham, citado pela BBC.

A mudança de rumo do Carl Vinson acontece depois de, esta semana, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter-se reunido com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para discutir a necessidade de evitar novas provocações de Pyongyang, aliado de Pequim. Antes desta reunião, Trump tinha deixado uma mensagem de força como antecipação do encontro:  "Se não resolverem a Coreia do Norte, resolvemos nós", disse em entrevista ao Financial Times,

Em Fevereiro, o regime de  Kim Jong-un efectuou o primeiro disparo de mísseis sobre os mares do Japão, também em antecipação às conversações de Trump com o primeiro-ministro japonês.

O Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca apresentou esta semana ao Presidente Trump opções para responder ao programa nuclear da Coreia do Norte, que passam por cenários que vão desde a instalação de armas nucleares na Coreia do Sul à morte Kim Jong-un, avançou a televisão americana NBC no sábado.

Caso a pressão diplomática da China e o aumento das sanções não dissuadam o líder norte-coreano a abrandar o seu desenvolvimento nuclear, o Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês) propõe a Trump que considere a colocação de armas nucleares norte-americanas na Coreia do Sul.

Depois de os Estados Unidos terem retirado, há 25 anos, este tipo de armamento do território sul-coreano, a medida implicaria o primeiro destacamento nuclear de Washington no estrangeiro desde o fim da Guerra Fria.

Pyongyang critica "agressão" americana na Síria

A Coreia do Norte condenou “energicamente” o bombardeamento dos Estados Unidos na Síria por o considerar uma “agressão absolutamente inaceitável” a um Estado soberano, e que justifica o desenvolvimento de armamento de Pyongyang.

“O ataque de mísseis dos Estados Unidos contra a Síria é uma clara e imperdoável agressão contra um Estado soberano que nós condenamos de maneira enérgica”, expressa um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano divulgado este domingo pela agência de notícias estatal KCNA.

O texto, datado de sábado, indica ainda que a Coreia do Norte, que considera a Síria um aliado, não ficou surpreendida com o facto de a acção militar dos Estados Unidos ser vista como “um aviso” a Pyongyang, dizendo que se trata de mais uma prova de que “temos de nos defender das agressões imperialistas”.

“A realidade de hoje é que a nossa decisão de fortalecer o nosso poder militar para responder a ataques de força é a decisão correcta”, afirma o comunicado.

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